quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

História da Arte Da Pré-história a Arte Moderna



Quando nos defrontamos com obras que não obedecem as regras, há geralmente desconforto. Leonardo Da Vinci disse que arte é mais do que pintar, a arte requer genialidade humana. Hoje vemos os artistas como criadores, que usam sua obra para expressar sua visão do mundo.
Durante séculos o valor de uma obra era calculado com base nos materiais e no tempo de criação. Hoje, algumas obras são vendidas por dezenas de milhões de dólares.
Em um mundo, no qual, muita gente abandonou a religião, o público em geral e os colecionadores tendem a elevar alguns artistas ao estatus de semi-deuses. Os museus substituiram os templos no mundo moderno. A idéia de que a arte pode ser um veículo para os valores espirituais não é nova. De fato, há quem acredite que a arte primitiva servia principalmente como um intermediário entre o homem e Deus.
O Poder das Imagens
Os seres humanos começaram a produzir arte, bem cedo na história. As esculturas mais antigas, estatuetas de pedra ou marfim, têm mais de 30 mil anos de idade. Mesmos nesses dias mais remotos, nossos ancetrais desenhavam nas paredes de profundas cavernas. As pinturas em cavernas que sobreviveram melhor, são as que estão em partes mais profundas. A temperatura e umidade são constantes o ano inteiro, é como se tivessem um sistema maravilhoso de controle climático de museus.
A maioria das pinturas em cavernas mostra animais. Por muitos anos acreditava-se que fossem usadas para ensinar os rudimentos da caça e para fins religiosos na comunicação com os Deuses, mas ainda desconhecemos seu significado verdadeiro. Os pintores tentaram recriar um rebanho de bisões no outono, quando há um período em que se unem e fazem o que os especialistas chamam de chafurtar na poeira. Eles rolam pela terra, é o ritual de fertilidade do bisão e isso está reproduzido pelo artista no teto da caverna.
No antigo Egito a arte tinha claramente um propósito religioso. Os egípcios acreditavam que os espíritos dos mortos poderiam viver eternamente na arte. Essa crença levou a produção de milhares de retratos durante quase quatro mil anos. Os artesãos não tentavam ser marginais ou subversivos, eles obedeciam as ordens do Faraó e dos dignatários ricos. Esse período determinou a relação entre arte e dinheiro que existe até hoje.
Os egípcios desenvolveram técnicas eficientes de retratar o corpo humano. Vamos pensar na lógica das convenções egípcias, mesmo que nos pareçam estranhas. A única maneira de saber como é o nariz é vendo-o de perfil. Os egípcios sabiam disso e representavam a cabeça humana de perfil com os olhos voltados para a frente. Queriam mostrar que a pessoa tinha belos e largos ombros, que são representados de frente. Se estiver andando será representada dando um passo e as pernas serão mostradas de lado. Tudo é muito lógico do ponto de vista egípcio, mesmo que para nós pareça engraçado.
Ao contrário dos egípcios, os gregos tentavam mostrar espaço e profundidade. Eles inventaram os cânones, as regras da matemática usadas para demonstrar movimentos e proporções ideais do corpo humano. Em meados do século V a.C. o escultor Policleto criou Diadomenos especialmente para ilustrar os cônones. Os gregos escolhiam belas garotas, belos jovens. Os modelos eram sempre jovens. Os Diadomenos, de Polícletos, não é só glorioso, ele tem ritmo. Os ombros, os quadris, os joelhos e os pés, têm ritmo e planos constrastantes.Há uma ondulação, um movimento conhecido como ciência dos planos. Mas se você ficar na frente do espelho e tentar reproduzir a posição exata de Diadomenos, vai dar com a cara no chão, porque a posição não é natural. Os gregos deram uma dose de intelecto para representar a beleza natural e pura.
No século I a.C, os romanos conquistaram a Grécia, mas sem dúvida uma antigo ditado uma Grécia conquista sempre conquista o seu feroz conquistador. Todos os ricos de Roma queriam réplicas de estátuas gregas. Nascia a indústria da reprodução.
Na Idade Média nossa herança greco-romana desapareceu com a dissiminação do Cristianismo. Os artistas criaram principalmente cenas da vida reliogiosa.
Os concílios da igreja católica decretavam que certas partes do corpo não deveriam ser mostradas. Na Nossa Senhora só é possível ver o rosto, não vemos as orelhas, ela está coberta como uma freira, claro que os hábitos de freira derivam desse estilo. Era a única forma das pessoas da família sagrada serem mostradas. Uma contradição direta as representações gregas de deuses, que poderiam estar completamente nus. Os artesãos eram considerados meros servos de Deus e trabalhavam na obscuridade. Eles conceberam um paraíso maravilhoso, que ajudava a esquecer o sofrimento da vida na Terra. As catedrais medievais brilhavam com afrescos e vitrais que ensinavam as massas analfabetas os episódios principais da vida de Cristo e dos santos. As obras de arte começaram a ser assinadas por volta de 1300.
Gioto de Vandone foi um dos primeiros artistas a ficar famoso. Gioto foi um mestre da primeira Renascença e com sua intuição ele esbarrava nas leis da perspectiva, mas não as racionalizava, nem criava teorias. Antes de Gioto veja os missais como eram ilustrados. Veja os afrescos nas igrejas romanescas, se Deus fosse mostrado deveria ser muito alto. Os santos eram de estatura média e o povo era muito pequeno. A hierarquia no desenho, sem perspectiva era espiritual. Gioto pintava São Francisco recebendo os estígmas de Cristo e com surpresa Cristo e São Francisco são mesmo tamanho. Gioto viveu em Florênça, uma cidade estado governada por famílias ricas. No século XIV os florentinos eram grandes colecionadores de obras antigas. Por toda Itália as pessoas redescobriam a genialidades da arte greco-romana.
O Artista e seu Tempo
Leonardo Da Vinci, grande mestre renascentista, gênio, técnico e científico sonhava retratar o invisível. Como muitos pintores e escultores da época, Da Vinci acreditava que os artistas deveriam ter status de criadores. A partir de então, os artistas foram separados dos artesãos, que eram considerados meros feitores. Um artista como Rubens ganhava bem. A burguesia rica e os nobres queriam obras assinadas e pagavam aos artistas na proporção de sua fama. Sabemos, por exemplo, que Rubens tinha uma fábrica de pintura. Ele contratava ótimos trabalhadores. Um se especializava em pintura em tecidos, outro pintava frutas e flores, eram todos especilistas. Rubens chegava e juntava tudo.
Michelângelo foi outro artista reconhecido em sua época. Profundamente místico, ele acreditava que a beleza era o caminho pelo qual a humanidade poderia se comunicar com Deus. O teto da Capela Sistina revela seu talento de mestre.
Do século XVII em diante as academias determinaram que o trabalho em belas artes era intelectual. As convenções estéticas das academias eram ditadas pelos maiores artistas do mundo. Com a crescente influência de Versalles, o centro das artes passou da Itália para a França. O lugar mais importante e onde ocorreu o desenvolvimento mais importante foi a França do século XVII em diante. As idéias de estética, beleza e a forma como devem ser as obras, desse período teve impacto no resto da europa e nas idéias artisticas ocidentais, principalmente devido a ascenção de monarcas absolutistas, reis. Quando falamos nos estilos de Luiz XIV, Luiz XV ou Luiz XVI, isso nos diz alguma coisa, diz quem decidia o que era belo. Segundo as regras da academia, cenas mostrando cenas mostrando personas históricos ou mitológicos estavam no topo da hierarquia. Depois vinham os retratos, as cenas do cotidiano, paisagens e as naturezas-mortas. Gêneros considerados menores, apesar da popularidade.
No século XIX, a sobrevivência de um artista dependia de ele ser aceito no salão de Paris. Edouard Manet ainda era desconhecido quando apresentou o seu Almoço na Relva, no salão de 1863. O tamanho da obra foi uma surpresa, porque telas daquelas proporções eram usadas para cenas históricas. Além do mais, Manet havia misturado gêneros, o nu, o retrato, a paisagem e a natureza-morta. O juri não gostou do novo estilo e rejeitou a obra. Manet não foi o únicao, cuja a obra foi considerada deficiente, 3.000 obras foram rejeitadas. Confrontado com uma onda de protestos, o Imperador Napoleão III ordenou que se fizesse uma exposição em separado, o Salão dos Recusados. Na exposição a tela de Manet se tornou o primeiro sucesso escandaloso na história da arte. Depois o salão oficial aceitou outra tela de Manet. A Bela Olímpia, causou outro escândalo. Olímpia, cujo a modelo, estava em uma cama sem razão alguma, sem justificativa. Como naquela época era preciso haver uma razão, uma história, o público inventou uma história sexual, sófrida e insalubre, baseada em que a modelo deveria ser uma prostituta de classe baixa em uma cama desfeita. Manet teve o infortúnio de inventar um estilo, no qual, a única justificativa era a própria obra, história, mensagem ou significado. Ela abriu uma porta, depois Cezanne começou a fazer pinturas sem justificativas além da obra em si e tendência seguiu até a arte moderna.
Criando uma nova forma de integrar luz e movimento nas telas, os impressionistas e seus sucessores revolucionaram a pintura. Van Gogh, Renoir, Monet e Gauguin, fizeram mais que retratar a realidade com exatidão, usaram a arte como um meio para expressar seu mundo interior.
Aos poucos os artistas deixaram de lado as técnicas convencionais. Eles exploraram novos ângulos, novos perspectivas. Em 1907, Picasso pintou a primeira tela cubista, Senhoritas de Avingnon (Les demoiselles d'Avignon). Alguns amigos dele, o convidaram a visitar um hospital, onde a infelizes prostitutas morriam de sífilis e eram basicamente largadas, porque nada poderia ser feito por elas. Pessoas com sífilis terciárias têm rostos terrivelmente deformados, o nariz afunda nas bochechas e os olhos ficam saltados. É aterrador! Quando ele viu aquelas mulheres naquele estado deplorável descobriu a solução plástica para as detestáveis deformações que faria nas duas mulheres da obra.
Cada vez mais os artistas usavam a arte para criticar a sociedade e questionar a ordem estabelecida. A obra do artista dadaista FrancisPicabia expressa o medo de a mecanização transformar os seres humanos em robôs. Futuristas italianos como Umberto Boccioni achavam que a única coisa que se poderia se fazer com a arte do passado era enterrá-la. Uma das idéias é de que a arte era uma coisa morta, estavam em museus e era feita para cemitérios Achavam que os museus eram cemitérios da arte. Deveriam ser explodidos, eliminados. Isto era estranho, porque quando pensamos na Itália, pensamos na maior arte do mundo. Mas para os jovens artistas da virada do século, era o passado morto pesando sobre o mundo que se modernizava.
A arte abstrata se torna uma das maiores tendências ocidentais. Wassily Kandinsky foi o precursor. Ele explorou cores formas, linhas. Mas grande movimentos sociais, modas, estilos de vida e guerras, continuaram a inspirar artistas. A famosa Guernica de Picasso ilustra os horrores da guerra civil espanhola.
Embora os artistas critiquem a sociedade são os primeiros a questionar a si mesmos e seus propósitos. O pintor Salvador Dali disse que a sua obra pictórica era uma grande catástrofe, porque os grande pintores modernos estavam presos na grande decadência que caracteriza a época deles. Quando comparava o trabalho dele com o de Leonardo Da Vinci, sentia-se humilde.
Nos anos 60, Andy Warhol, tido como o papa da Art Pop, se interessou por objetos que simabolizam a sociedade consumista americana. Talvez melhor do que qualquer pessoa, ele possa ter encarnado a crise do homem moderno que se identificava com a máquina e funcionava como máquina. Dessa grande doença coletiva, ameaça do materialismo ele desenvolveu uma imagem poderosa que integrava virtualmente todos os probemas da sociedade americana da época. Andy Warhol será importante por muito tempo, mesmo que assim como Manet, não tenha tido idéia da contribuição feita por sua obra.

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