sábado, 31 de março de 2012

É BOM SABER!!!: PABLO PICASSO


Pintor espanhol naturalizado francês. Considerado por muitos o maior artista do século 20, era também escultor, artista gráfico e ceramista.



Pablo Picasso, o artista mais famoso e também o mais versátil do século 20, nasceu em Málaga, no sul da Espanha, em 25 de outubro de 1881. O pai era professor de desenho, portanto o óbvio talento de Picasso foi reconhecido desde cedo e, aos quinze anos, tinha já o seu próprio ateliê.
Após um falso início como estudante de arte em Madri e um período de Boêmia em Barcelona, Picasso fez a sua primeira viagem a Paris em outubro de 1900. A cidade continuava a ser a capital artística da Europa e foi lar permanente do artista desde abril de 1904, quando ele se mudou para o prédio apelidado de Bateau-Lavoir (Barco-Lavanderia), em Montmartre, a partir daí o novo centro da arte e da literatura vanguardista.
Durante este período, o trabalho de Picasso foi relativamente convencional, passando de uma Fase Azul melancólica (1901-05) para a Fase Rosa, mais alegre e delicada (1905).


Velho judeu com um menino 1903






Jovem equilibrista sobre a bola 1905 A mudança de estado de espírito pode ter se originado em parte pela sua ligação com Fernande Olivier, seu primeiro grande amor. Na vida de Picasso, as mulheres e a arte estão inexplicavelmente misturadas, o surgimento de uma nova mulher freqüentemente sinalizava uma mudança de direção artística.
Embora os trabalhos de Picasso estivessem começando a ter sucesso comercialmente, ele decidiu abandonar seu estilo "Rosa". Em 1907, inspirado pelas esculturas ibérica e africana, pintou Les Demoiselles d'Avignon, um dos grandes trabalhos liberadores da arte moderna. Divertindo-se com uma nova liberdade pictórica, Picasso, junto com o pintor francês Georges Braque, criou o Cubismo, em que o mundo visível era desconstruído em seus componentes geométricos. Este foi comprovadamente o momento decisivo em que se estabeleceu um dogma fundamental da arte moderna - o de que o trabalho do artista não é cópia nem ilustração do mundo real, mas um acréscimo novo e autônomo. Graças ao Cubismo, a liberdade do artista estendeu-se também aos materiais, de foram que os meios tradicionais como a pintura e a escultura puderam ser suplementados ou substituídos por objetos colados nas telas, ou "montagens" de itens construídos ou "achados".
Ao contrário de alguns contemporâneos seus, Picasso nunca chegou a criar uma arte puramente abstrata. De fato, sua versatilidade o mantinha um salto adiante de seus admiradores, muitos dos quais se surpreenderam quando ele voltou a pintar figuras mais convencionais e depois, no início da década de 1920, desenvolveu um estilo neoclássico monumental. Coincidentemente ou não, em 1918 se casara com a bailarina Olga Koklova, e adotara um estilo de vida exageradamente próspero e respeitável - mas que ele achava cada vez mais aborrecido.
Em 1925, Picasso começou a pintar formas deformadas, violentamente expressivas, que eram em parte uma resposta às suas dificuldades pessoais. A partir desta época, seus trabalhos se tornaram cada vez mais multiformes, empregando - e inventando - uma variedade de estilos como nenhum outro artista havia tentado antes. Foi também um escultor criativo (algumas autoridades o consideram o maior expoente da arte no século 20), e mais tarde dedicou-se à cerâmica com grande entusiasmo. Em qualquer veículo que se expressasse, sempre foi imensamente prolífero, criando em toda a sua vida milhares de obras.

Dance of Youth


No final da década de 1930, quando o impulso criativo de Picasso parecia finalmente estar enfraquecendo, os acontecimentos o levaram a criar o seu quadro mais famoso: Guenica. Esta obra foi uma resposta aos horrores da Guerra Civil Espanhola. o conflito começou em julho de 1936 com um golpe militar liderado pelo General Francisco Franco, representando os elementos fascistas, tradicionalistas e clericais do país, contra a República Espanhola e seu governo eleito da Frente Popular (centro-esquerda).



Guernica 1937
Ao estourar a guerra, Picasso imediatamente declarou seu apoio à República, levantando enormes quantias em prol da causa e aceitando pintar um grande mural para o pavilhão espanhol na Exposição Internacional de 1937, em Paris. Ainda não havia começado quando soube que, em 26 de abril de 1937, aviões nazistas, enviados por Hitler para ajudar Franco, tinham bombardeado e arrasado a cidade de Guernica. Picasso pôs-se imediatamente a trabalhar nos esboços preliminares para Guernica e depois pintou a enorme tela em cerca de um mês (maio/junho de 1937). Ela foi a expressão máxima não só do sofrimento espanhol como do impacto devastador dos armamentos modernos de guerra sobre suas vítimas em todas as partes do mundo.

Mother and Child before Curtai
Apesar de tudo, os republicanos perderam a guerra civil, e Picasso ficou exilado da sua terra natal para oresto da sua longa vida. Durante a segunda Guerra Mundial, ele ficou na Paris ocupada pelos alemães, proibido de expor mas sem que ninguém o molestasse seriamente.
Depois da libertação de Paris, Picasso ingressou no Partido Comunista, e durante alguns anos certas obras suas foram declaradamente políticas; mas ele era também uma celebridade internacional, residindo na região onde os ricos iam se divertir no sul da França. Em seguida a uma série de ligações amorosas, ele finalmente casou-se pela segunda vez, agora com Jacqueline Roque, em 1961 e levou uma vida cada vez mais retirada. Artisticamente prolífero até o fim da vida, morreu aos 91 anos em 8 de abril de 1973.

É BOM SABER!!!: VINCENT VAN GOGH



Van Gogh nasceu há 161 anos e ficou famoso por pintar quadros extraordinários. Ele sofria de transtornos mentais. Além disso, de tanto beber absinto, adquiriu uma lesão no cérebro que causava ataques epilépticos. Certa vez, devido a uma crise, decepou sua própria orelha esquerda. Alguns autores afirmam que ele poderia ter transtorno bipolar, pois tinha variações constantes de humor. Suicidou-se aos 37 anos de idade.
Relembre 10 gênios com transtornos mentais:
http://abr.ai/17BWQIS



Pintor e desenhista holandês, ao lado de Cézanne e Gauguin, o maior dos pós-impressionistas. Durante toda a vida vendeu um só quadro, travando uma amarga batalha contra a pobreza, o alcoolismo e a insanidade.
Os Girassóis
Óleo sobre tela - 1888
Vincent Van Gogh não se enquadra em nenhuma escola de pintura, embora sua extraordinária percepção das cores possa ter se originado das teorias impressionistas. Foi depois de se juntar ao irmão Théo, em Paris, e conhecer os "Impressionistas" que van Gogh começou a abandonar os tons escuros que até então usara, preferindo as cores puras primárias e secundárias, e adotar as pinceladas irregulares que davam uma sensação de luminosidade e leveza aos quadros impressionistas. Começou também a pintar a ar livre, hábito que conservou até morrer. A técnica de pinceladas firmes e carregadas que criou para seu próprio uso, aplicadas sem hesitação, permitiu-lhe pintar rapidamente e produzir um vasto número de obras nos últimos dois anos e meio de sua vida.
Vincent William Van Gogh nasceu em Groot-Zundert, uma cidadezinha em Brabante, no dia 30 de março de 1853. O pai era pastor protestante e van Gogh herdou dele o forte sentimento religioso pela vida e pela natureza que caracterizou o seu trabalho. Ele e o irmão mais novo, Théo, eram muito amigos e este não só incentivou o seu desejo de ser pintor como, na verdade, sustentou-o financeiramente nos últimos anos de sua vida.
Nuit Etoilée à St. Rémy
O primeiro emprego de Vincent foi nas filiais de Paris, Bruxelas e Londres da Goupil e Cie, empresa que negociava objetos de arte fundada por seu tio. Mais tarde, tentou ensinar em Londres e, depois, trabalhou pregando nas minas e distritos agrícolas pobres de Brabante. Foi aí que van Gogh começou a expressar nos seus desenhos o que sentia pelas pessoas que o cercavam. Vivia tão pobre quanto elas, ao lado de uma prostituta que tomara a seus cuidados, mas a sua dedicação cristã foi mal compreendida e a sua igreja o censurou.
Mais tarde, um amor não correspondido levou-o a tentar o suicídio. Em 1880, van Gogh resolvera estudar arte em Bruxelas e Haia, acabou por juntar-se ao irmão Théo, que trabalhava para o Goupil et Cie em Paris. Ali, van Gogh conheceu Degas, Pissarro, Signac, Seurat, Toulouse-Lautrec, Monet e Renoir, e descobriu a sua verdadeira vocação.

Auto-retrato
Óleo sobre papel - 1887
Depois de dois anos em Paris, durante os quais pintou mais de duzentos quadros com a ajuda financeira do irmão, van Gogh foi para Arles, no sul da França. Alugou um estúdio num local batizado de Casa Amarela e ali esperou que o amigo Gauguin viesse lhe fazer companhia. Gauguin relutava mas, como Théo era o seu marchand, sentiu-se obrigado a passar algum tempo com Vincent. Os dois homens estabeleceram-se em Arles, mas a tensão entre eles era muito grande, principalmente devido ao temperamento exaltado de van Gogh, e Gauguin anunciou que ia voltar para Paris. Uma noite, percebeu que estava sendo seguido pelos jardins públicos de Arles por van Gogh que o ameaçava com uma lâmina de barbear ou faca. Gauguin dormiu aquela noite no hotel e, no dia seguinte, voltando a Casa Amarela, soube que tinham levado van Gogh para o hospital. Vincent cortara parte da orelha e a dera de presente a uma prostituta do bar que os dois costumavam freqüentar.
Depois disso, van Gogh retirou-se voluntariamente para um asilo para doentes mentais em St-Rémy-de-Provence, onde esperava recuperar a confiança em si mesmo e a estabilidade mental. Enquanto esteva internado, pintou sem parar e escrevia ao irmão e a Gauguin garantindo-lhes que já estava curado. Outros se seguiram; van Gogh percebeu que era vítima de uma doença incurável.

Meio-dia (a partir de Millet)
1890
Em 1890 deixou St-Rémy e o clima ameno do sul e, seguindo o conselho de Pissarro, foi para Auvers-sur-Oise, onde um certo Dr. Gachet cuidou dele. Ali continuou pintando mas, depois de uma visita a Paris, onde soube das dificuldades financeiras do irmão e da doença do sobrinho, van Gogh teve uma recaída. Um dia, enquanto pintava ao ar livre em Auvers, deu um tiro no peito. O ferimento não parecia ser muito grave. Dr.Gachet fez o curativo e chamou Théo em Paris. Dois dias depois, em 29 de julho de 1890, Vincent van Gogh morria. Foi enterrado no cemitério de Auvers.

É BOM SABER!!!: LEONARDO DA VINCI




Pintor italiano, foi o maior retratista de seu tempo; nenhum artista antes dele havia capturado de maneira tão convincente a vivacidade das feições e o espírito individual.
Virgem e o Menino
com Sant'Ana
1508-10
Leonardo Da Vinci resumiu o ideal renascentista do polímata - artista, contador de anedotas, músico, cientista, matemático e engenheiro -, um homem de muitos talentos, com uma insaciável curiosidade e sede de conhecimento.
Nasceu em Anchiano, um vilarejo perto da cidadezinha de Vinci, em 15 de abril de 1452. Filho de um tabelião e de uma camponesa, Catarina, com quem o pai tinha uma ligação um tanto irregular. Leonardo cresceu no campo, onde desenvolveu um grande amor pela natureza. Quando menino pediram-lhe que desenhasse um escudo para um amigo do pai. Dizem que ele fez um bestiário extraordinário, baseado na observação real de lagartos, grilos, cobras, borboletas, gafanhotos e morcegos. Segundo os registros, foi nesta ocasião que ele revelou seu fascínio pelas formas móveis, retorcidas e vivas. Está registrado também que ele gostava de cavalos e os conhecia profundamente. Eles aparecem com tanto destaque nos seus trabalhos da maturidade que isto parece ser bastante provável.
Algum tempo antes de 1469, Leonardo foi com pai morar em Florença e, em 1472, foi aceito como membro da guilda de São Lucas, a guilda dos pintores. Seu mestre foi Andrea Verrocchio, e os registros mostram que ele continuava empregado na oficina de Verrocchio, na vila dell'Agnolo, em 1476.
É difícil avaliar a influência de Verrocchio sobre o jovem Leonardo. As formas curvas e retorcidas usadas pelo mestre certamente encontraram eco no seu aluno. As pinturas de Verrocchio possuem uma certa grandiosidade, mas não despertam realmente a imaginação, enquanto que as esculturas são mais fortes e parecem ter influenciado mais Leonardo.
A Dama com Arminho
c.1483-8
Não existem provas consistentes de quando Leonardo foi para Milão, mas a primeira encomenda lá, documentada, é de 1483. O motivo da sua ida para aquela cidade não está claro; mas ele pode ter se sentido atraído pela estimulante atmosfera da corte dos Sforza, com muitos médicos, cientistas, engenheiros militares e matemáticos. Havia outros motivos para ele deixar Florença: os altos impostos faziam com que alguns mecenas nunca pagassem pelo trabalho que encomendavam; a competição profissional era extremamente dura; e a guerra e a peste eram fortes ameaças físicas.
Leonardo se estabeleceu na corte do Duque Lodovico, onde, além de pintar, seu protetor exigia seus serviços para diferentes tarefas - supervisionar pagens e instalar "aquecimento central", por exemplo. Este tipo de papel deve ter agradado imensamente tanto ao caráter quanto ao intelecto de Leonardo. De fato, numa carta, ele se descreve como engenheiro e, só de passagem, faz uma referência às suas pinturas. Durante este período também pintou retratos, executou uma importante encomenda, A Última ceia, e terminou grande parte do trabalho preliminar para o monumento aos Sforza, que nunca chegou a ser fundido.
Em 2 de outubro de 1498, Leonardo recebeu um propriedade fora da Porta Vercellina de Milão e foi indicado ingenere camerale. Esperava-se uma invasão dos franceses e ele ficou muito ocupado planejando a defesa da cidade, embora dois outros grandes trabalhos datem deste mesmo período. Colaborou também com o matemático Luca Pacioli na Divina Proprotione - os dois homens tinham ficado muito amigos desde a chegada de Pacioli a Milão.
A última ceia - 1497
Os franceses invadiram Milão em 1499 e Lodovico foi preso e enviado para França. Leonardo, junto com Luca Pacioli, deixou Milão depois de 18 anos com os Sforza. Provavelmente foi direto para Mântua, onde fez o retrato de Isabella D'Este. Em 24 de abril de 1500, ele voltou para Florença e encontrou uma cidade diferente da que tinha deixado cerca de 20 anos antes, passando por uma onda de revitalização do interesse religioso e com idéias republicanas na política. Leonardo conquistou quase de imediato o agrado do público, após exibir o seu cartão da Virgem e Sant'Ana planejado para ser um retábulo. Nesta época, Michelangelo tinha já assegurada a sua reputação em Florença. Estes dois gigantes nunca gostaram um do outro e Leonardo não fazia segredo do fato de considerar a escultura inferior à pintura, mas a fama de Michelangelo era um fator de atrito.
Monalisa
Óleo - 1508
Novamente, Leonardo trabalhou como engenheiro; drenando pântanos, desenhando mapas e projetando um sistema de canais. Em Urbino, conheceu Nicolò Machiavelli, e este encontro levaria a uma íntima associação e a sua mais importante encomenda. Enquanto isso, produzia magníficos desenhos a pastel vermelho de Cesare Borgia.
Em 1503, entrou nos seus três anos de maior produção como pintor. Seu quadro mais famoso, Monalisa, com seu sorriso enigmático, pode ter sido pintado nesta época. Grande parte dos trabalhos de Leonardo em Florença, feitos no período de 1503 e 1507, se perdeu, inclusive Leda. Achava a mecânica da pintura uma coisa entediante e preferiu concentrar suas habilidades imaginativas no desenho e no planejamento de suas composições.
Como resultado da sua florescente associação com Machiavelli, Leonardo recebeu uma encomenda para pintar um afresco na Sala del Gran Consiglio do Palazzo Vecchio. Começou trabalhar no cartão para o afresco - a Batalha de Anghiari - em outubro de 1503, mas parece que o progresso foi lento. Leonardo terminou seu cartão no final de 1504 e começou a pintar usando uma técnica incomum e possivelmente incáustica. A tinta secou de forma desigual e a pintura não deu certo. O aresco ficou inacabado mas, depois, foi feita uma moldura especial para a parte terminada e há quem a considere a melhor coisa a se ver numa visita a Florença . Posteriormente foi repintada por Vasari.
Cabeça de Guerreiro
1475
Desenho a ponta de prata
Durante o ano de 1507, Leonardo trabalhou para o Rei da França, embora seu mecenas imediato fosse Charles d'Amboise , lord de Chaumant e governador de Milão. De muitas formas, d'Amboise reinstalou as glórias da corte dos Sforza. Leonardo estava no seu elemento, trabalhando como pintor, engenheiro e conselheiro artístico em geral. D'Amboise morreu em 1511, mas Leonardo permaneceu em Milão até 24 de setembro de 1513. Depois foi para Roma, levado, como tantos, por Giovani de Medici que havia se tornado recentemente Papa Leão X.
Leonardo se instalou no Belvedere do Vaticano, mas a agitação provocada pelos principais artistas do país e suas comitivas, vivendo todos juntos, não lhe agradava. a incontestável posição de Michelangelo em Roma, resultante do seu trabalho na Capela Sistina, também lhe era intragável. Talvez a fascinação obsessiva de Leonardo pelo poder da água e os seus diversos esboços para o Dilúvio reflitam uma turbulência mental e espiritual.
O último quadro pintado por Leonardo que sobreviveu é, quase certamente, São João e deve ter sido feito em 1514-1515. Em março de 1516, Leonardo aceitou o convite de Francisco I para morar na França e ganhou uma propriedade rural perto de Cloux. Em 10 de outubro de 1517, recebeu a visita do Cardeal Luís
Roda d`Água com Taças
Desenho - 1503
de Aragão, cujo secretário escreveu um relatório do encontro. Ele menciona três quadros, dois que podemos identificar como sendo Virgem e o Menino com Sant'Ana e São João, o terceiro é um retrato de uma dama florentina. Ele também afirma que Leonardo estava sofrendo de um tipo de paralisia na mão direita. Leonardo era canhoto, mas esta observação pode ter, na verdade, se referido à sua mão "de trabalho", significando a esquerda. Observando-se os manuscritos, fica óbvio que esta paralisia não impediu Leonardo de usar os dedos, porque sua letra estava clara e firme como sempre. Alguns desenhos, entretanto, mostram uma falta de firmeza e precisão que sugerem que o problema possa ter afetado o movimento do braço.
Em 2 de maio de 1519, Leonardo morreu em Cloux. Deixou os desenhos e manuscritos para o amigo fiel Francesco Melzi, enquanto viveu, Melzi guardou as obras com todo carinho, mas cometeu a insensatez de não incluir no seu testamento nenhuma cláusula que garantisse a continuidade deste cuidado. O filho, Orazio, que não tinha o mínimo interesse por artes ou ciências, deixou que esta inestimável coleção se deteriorasse, se perdesse, fosse roubada ou vandalizada de uma maneira que só se pode descrever como criminosa.

É BOM SABER!!!: Anita Malfatti

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Anita Malfatti
Retrato de Anita Malfatti aos 23 anos
Nascimento 2 de dezembro de 1889
São Paulo, SP
Morte 6 de novembro de 1964 (74 anos)
São Paulo, SP
Nacionalidade brasileira
Ocupação pintora, professora
Magnum opus O Homem Amarelo; Torso / Ritmo; A Estudante russa; A Mulher de Cabelos Verdes; O Farol; Ventania; Tropical
Movimento estético Modernismo brasileiro
Anita Catarina Malfatti (São Paulo, 2 de dezembro de 1889 — São Paulo, 6 de novembro de 1964) foi uma pintora, desenhista, gravadora e professora brasileira.

Índice

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[editar] Biografia

Filha do engenheiro italiano Samuel Malfatti e de mãe norte-americana Betty Krug, Anita Malfatti nasceu no ano de 1889, em São Paulo .
Segunda filha do casal, nasceu com atrofia no braço e na mão direita. Aos três anos de idade foi levada pelos pais a Lucca, na Itália, na esperança de corrigir o defeito congênito. Os resultados do tratamento médico não foram animadores e Anita teve que carregar essa deficiência pelo resto da sua vida. Voltando ao Brasil, teve a sua disposição Miss Browne, uma governanta inglesa, que a ajudou no desenvolvimento do uso da mão esquerda e no aprendizado da arte e da escrita.
Iniciou seus estudos em 1897 no Colégio São José de freiras católicas, situado à rua da Glória. Aí foi alfabetizada. Posteriormente passa a estudar em escolas protestantes: na Escola Americana e em seguida no Mackenzie College onde, em 1906, recebe o diploma de normalista.

[editar] Surge a pintora

Nesse meio tempo faleceu Samuel Malfatti, esteio moral e financeiro da família. Sem recursos para o sustento dos filhos, D. Betty passa a dar aulas particulares de idiomas e também de desenho e pintura. Chegou a submeter-se à orientação do pintor Carlo de Servi para com mais segurança ensinar suas discípulas. Anita acompanhava as aulas e nelas tomava parte. Foi portanto sua própria mãe quem lhe ensinou os rudimentos das artes plásticas.
"Eu tinha 13 anos, e sofria porque não sabia que rumo tomar na vida. Nada ainda me revelara o fundo da minha sensibilidade[...]Resolvi, então, me submeter a uma estranha experiência: sofrer a sensação absorvente da morte. Achava que uma forte emoção, que me aproximasse violentamente do perigo, me daria a decifração definitiva da minha personalidade. E veja o que fiz. Nossa casa ficava próxima da educada estação da Barra Funda. Um dia saí de casa, amarrei fortemente as minhas tranças de menina, deitei-me debaixo dos dormentes e esperei o trem passar por cima de mim. Foi uma coisa horrível, indescritível. O barulho ensurdecedor, a deslocação de ar, a temperatura asfixiante deram-me uma impressão de delírio e de loucura. E eu via cores, cores e cores riscando o espaço, cores que eu desejaria fixar para sempre na retina assombrada. Foi a revelação: voltei decidida a me dedicar à pintura."Anita Malfatti.

[editar] Na Alemanha

Anita pretendia estudar em Paris, mas sem a ajuda do pai, parecia impossível, tendo em vista que sua avó vivia entrevada numa cama e sua mãe passava o dia dando aulas de pintura e de idiomas.
Anita tinha umas amigas, as irmãs Shalders, que iam viajar à Europa para estudar música. Assim surgiu a idéia de acompanha-las à Alemanha e seu tio e padrinho, o engenheiro Jorge Krug, aceitou financiar a viagem.
Anita e as Shalders chegaram em Berlim em 1910, ano marcante na história da Arte Moderna alemã.
"Os acontecimentos precipitavam-se tão depressa, que eu me lembro de ter vivido como dentro de um sonho. Nada do que acontecia se assemelhava com o que havia acontecido no Brasil."
"Comprei incontinente uma porção de tintas, e a festa começou" Anita Malfatti.
Berlim era então o grande centro musical da Europa. O grupo Die Brucke fazia diversas exposições expressionistas e foi na Alemanha que Anita travou contato com a vanguarda europeia.
Acompanhando suas amigas às aulas no centro musical, acabou recebendo a sugestão para estudar no ateliê do artista Fritz Burger.
Fritz Burger era um retratista que dominava a técnica impressionista. Foi o primeiro mestre de Anita. Ao mesmo tempo, ela prestou os exames para ingressar na Real Academia de Belas Artes onde ingressou no início do ano letivo.
Durante as férias de verão, Anita e as amigas foram às montanhas de Harz, em Treseburg, região frequentada por pintores. Continuando sua viagem, visitou a 4° Sonderbund, uma exposição que aconteceu em Colônia na Alemanha, na qual conheceu trabalhos de pintores modernos, incluindo-se o até hoje tão admirado Van Gogh.
Teve aulas também com Lovis Corinth nome bem mais conhecido do que seu primeiro mestre. Corinth, um tipo bem germânico, não tinha a menor paciência com seus alunos. Mas com Anita era diferente. Talvez porque se identificasse com ela. Alguns anos antes sofrera um AVC que, como sequela, tal como a aluna, lhe deixara alguma dificuldade motora.
Anita estava cada vez mais interessada pela pintura expressionista, desejava aprender sua técnica. Em 1913, inicia aulas com o professor Ernest Bischoff Culm da mesma escola de Corinth.
Com a instabilidade causada pela aproximação da guerra, Anita Malfatti resolve deixar Berlim, passando por Paris.

[editar] Primeira exposição individual - 1914

"Voltando ao Brasil, só me perguntavam pela Mona Lisa, pela glória da Renascença, e eu… nada"
"Minha família e meus amigos, eram de opinião de que eu deveria continuar meus estudos de pintura. Achavam meus quadros muito crus, mas, felizmente, muito fortes, o que prometia para o futuro uma pintura suave, quando a técnica melhorasse" Anita Malfatti.
São Paulo, 1914, Anita tinha 24 anos e, com mais de quatro anos de estudo na Europa, finalmente voltava para o seio familiar. A cidade crescia, mas o ambiente artístico ainda era incipiente, o gosto predominante ainda era pela arte acadêmica. Ao mostrar suas obras - nada acadêmicas - Anita tentava explicar os avanços da arte na Europa, onde os jovens haviam levado às últimas consequências as conquistas vindas do impressionismo.
Anita ainda continuava firme no desejo de partir mais uma vez em viagem de estudos. Sem condições financeiras, tentou pleitear uma bolsa junto ao Pensionato Artístico do Estado de São Paulo. Por essa razão, montou no dia 23 de maio de 1914, uma exposição com obras de sua autoria, exposição essa que ficou aberta até meados de junho.
O senador José de Freitas Valle foi visitar essa exposição. Dependia dele a concessão da bolsa. Mas o influente político não gostou das obras de Anita, chegando a criticá-las publicamente. Entretanto, independentemente da opinião do senador, a bolsa não seria concedida. Notícias do iminente início da guerra na Europa, fizeram com que o Pensionato as cancelasse. Foi aí que, mais uma vez, financiada pelo tio, o engenheiro e arquiteto Jorge Krug, Anita embarca para os Estados Unidos.

[editar] Nos Estados Unidos

"Aí começa o período maravilhoso de minha vida. Entrei na Independent School of Art de Homer Boss, quase mais filósofo que professor.{…}O maior progresso que fiz na minha vida foi nesta ilha e nesta época de ambientes muito especiais. Eu vivia encantada com a vida e com a pintura."
" Era a poesia plástica da vida, era festa da forma e era a festa da cor" Anita Malfatti.
No início de 1915, Anita Malfatti já se encontrava em Nova York e matriculada na tradicional Art Student's League. Nessa escola, Anita ia de um professor a outro na tentativa de encontrar o caminho que sonhava para seus trabalhos. Após três meses de estudos, desistiu de qualquer curso de pintura ou desenho nessa instituição por demais conservadora, reservando-a apenas para os estudos de gravura. Trazendo em sua pintura a marcas do expressionismo, dificilmente Anita conseguiria adaptar-se a uma academia de ensino tradicional. Sobre sua experiência na instituição, escreveria de forma lacônica, mas muito claramente: "Fui aos Estados Unidos, entrei numa academia para continuar meus estudos, e que desilusão! O professor foi ficando com raiva de mim, e eu dele, até que um dia, a luz brilhou de novo. Uma colega me contou na surdina que havia um professor moderno, um grande filósofo, incompreendido e que deixava os alunos pintar à vontade. Na mesma tarde procuramos e professor, claro". O tal professor da Independet School of Art, era Homer Boss, artista hoje quase esquecido pelos estudiosos da arte norte-americana.
Nas férias de verão, Homer Boss levou os alunos para pintar na costa do Maine, na ilha de Monhegan. Esse Estado litorâneo mais ao nordeste, fronteira com o Canadá, tornara-se há muito o refúgio dos artistas. Foi nessa pitoresca ilha que a ainda não famosa aluna de Boss pintou, entre outras, a belíssima paisagem intitulada O farol, uma de suas obras primas. Passado o verão, Anita voltou à Independent School of Art. Em meados de 1916, preparava-se para voltar ao Brasil.

[editar] De volta ao Brasil

Em 1916, Anita se encontrava de novo em casa, no aconchego familiar… "Eram caixões de obras de arte, desenhos, gravuras e quadros de todos os tamanhos. Minha família e meus amigos estavam curiosos para ver meus trabalhos. Mas que efeito!"Anita Malfatti.
Nada daquilo que Anita trazia dos Estados Unidos, se assemelhava à " pintura suave", nada daquilo esperado e imaginado por seus amigos e parentes. Sua força masculina, que causara estranheza na sua primeira individual em 1914, atingira o ponto máximo de exagero. Anita inconscientemente, "rompera" com as regras da pintura acadêmica tão apreciada por seus parentes. A surpresa e a incompreensão foram inevitáveis. As obras que a pintora trouxe dos Estados Unidos, deixaram em sua família uma sensação tão grotesca, que o mal estar durou por anos. É fato que o assunto tornou-se "tabu" entre os membros da família e Anita diria depois laconicamente:"Quando viram minhas telas, todos acharam-nas feias, dantescas, e todos ficaram tristes, não eram os santinhos dos colégios. Guardei as telas."
Depois, seria mais específica, dizendo:"Ficaram desapontados e tristes. Meu tio, Dr. Jorge Krug, que tanto interesse teve na minha educação, ficou muito aborrecido. Disse ele:'Isto não é pintura, são coisas dantescas'" A expressão " coisas dantescas", ficaria para sempre gravada na mente e no coração de Anita. A incompreensão foi geral. Anita logo se deu conta do quanto suas telas, que traduziam sua alma, estavam distantes das do ambiente acadêmico que a rodeava. No mesmo depoimento de 1951, a pintora lembraria:"Então, pela primeira vez em minha vida, comecei a entristecer-me pois estava certa de que meu trabalho era bom; tanto os modernos franceses como os americanos haviam dito espontaneamente, desinteressadamente. Só desejei esconder meus quadros, já que, para me consolar, ou outros acharam que eu podia pintar como quisesse. Eles estavam desconsolados, porque me queriam bem. Entretanto eu sabia que aquela crítica não tinha fundamento, especialmente porque estava dentro de um regime completamente emocional. Eu nunca havia imitado a ninguém; só esperava com alegria que surgisse, dentro da forma e da cor aparente a mudança; eu pintava num diapasão diferente e era essa música da cor que me confortava e enriquecia minha vida." Anita Malfatti.

[editar] Segunda exposição individual - 1917


A estudante (1915-1916), de Anita Malfatti. Acervo do Museu de Arte de São Paulo.
Em 1917 Anita resolveu promover sua segunda exposição individual.
"A exposição da senhorita Malfatti, toda ela de pintura moderna, apresenta um aspecto original e bizarro, desde a disposição dos quadros aos motivos tratados em cada um deles. De uma rápida visita ao catálogo, o visitante há de inteirar-se logo do artista que vai observar. Tropical e Sinfonia colorida, são nomes que qualquer pintor daria até a uma paisagem, menos a uma figura, como tão bem fez a visão impressionista de sua autora. Essencialmente moderna, a arte da senhorita Malfatti, se distancia consideravelmente dos métodos clássicos. A figura ressalta, do fundo do quadro, como se nos apresentasse, em cada traço, quase violento, uma aresta do caráter do retratado. A paisagem é larga, iluminada, quase sempre tocada de uma luz crua, meridiana, que põe em relevo as paredes alvas, num embaralhamento de vilas sertanejas, onde a minudência se afasta para a mais forte impressão do conjunto."
Os acontecimentos a partir da primeira semana se deram de forma tão rápida e surpreendente, que Anita só se atreveria a narra-los 34 anos depois:"A princípio foram os meus quadros muito bem aceitos, e vendi, nos primeiros dias, oito quadros. Em geral depois da primeira surpresa, acharam minha pintura perfeitamente normal. Qual não foi a minha surpresa quando apareceu o artigo crítico de Monteiro Lobato."Anita Malfatti.
"Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas e em consequência disso fazem arte pura… Se Anita retrata uma senhora com cabelos geometricamente verdes e amarelos, ela se deixou influenciar pela extravagância de Picasso e companhia - a tal chamada arte moderna..". Monteiro Lobato.
Após a crítica de Lobato, publicada em O Estado de S.Paulo, edição da tarde, em 20 de dezembro de 1917, com o título de A propósito da exposição Malfatti, as telas vendidas foram devolvidas, algumas quase foram destruídas a bengaladas; o artigo gerou uma verdadeira catilinária em artigos de jornais, contra Anita. A primeira voz que se levantou em defesa da pintora, ainda que timidamente, foi a de Oswald de Andrade. Num artigo de jornal, ele elogiou o talento de Anita e parabenizou pelo simples fato dela não ter feito cópias. Pouco depois, jovens artistas e escritores, começando a entender aquele jeito de pintar e possuídos pelo desejo de mudança que as obras de Anita suscitaram, uniram-se a ela, como: Mário e Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida.
Anita inicia estudos com o pintor acadêmico Pedro Alexandrino no ano de 1919, e também com o alemão George Fischer Elpons um pouco mais avançado do que o velho mestre das naturezas mortas. Foi nessa ocasião que conheceu Tarsila do Amaral que tinha aulas com os mesmos professores. Depois do pai, o tio Jorge Krug, que a havia ajudado tanto, também faleceu e Anita precisou buscar caminhos para vender suas obras. Pedro Alexandrino já era um pintor de renome e vendia com muita facilidade seus trabalhos. Anita busca essa aproximação sendo sua aluna, embora muitas interpretações apontem para a versão de que ela o procurou para reestruturar sua pintura. Seus biógrafos acreditam que o artigo de Monteiro Lobato foi agressivo e até maldoso e que deixou marcas profundas na vida e na obra da artista. Mas, essa versão é contestada por alguns poucos, pois ao ler na íntegra a crítica de Monteiro Lobato, verificamos que o título original nunca foi "Paranoia ou Místificação" e sim, "A propósito da exposição Malfatti", e em muitos trechos Anita é elogiada pelo crítico. Mas o certo é que Anita ficou arrasada com a crítica de Monteiro Lobato. Ficou magoada pelo resto da vida, mas não o suficiente para destruir sua força de mulher destemida e ousada. Apesar da mágoa, Anita ilustrou livros de Monteiro Lobato e na década de 40 participou de um programa na Rádio Cultura chamado "Desafiando os Catedráticos", juntamente com Menotti Del Picchia e Monteiro Lobato. Os ouvintes telefonavam fazendo perguntas para que o trio respondesse.

[editar] A Semana de Arte Moderna de 1922


Mário de Andrade (sentado), Anita Malfatti (sentada, ao centro) e Zina Aita (à esquerda de Anita), em 1922.
Após a enorme confusão causada por Monteiro Lobato, a vida de Anita Malfatti começou a ter certa normalidade. O tempo que se seguiu após a exposição, foi de assimilação do novo, da percepção daquilo que até então não fora nem sonhado.
"Parece absurdo, mas aqueles quadros foram a revelação. E ilhados na enchente que tomara conta da cidade, nós, três ou quatro, delirávamos de êxtase diante de obras que se chamavam O homem amarelo, A mulher de cabelos verdes."
"Assisti bem de perto essa luta sagrada e palavra que considero a vida artística de Anita Malfatti um desses dramas pesados que o isolamento dos indivíduos apaga para sempre feito segredo mortal.O povo passa, povo olha o quadro e tudo neste mostra vontade e calma bem definidas.O povo segue seu caminho depois de ter aplaudido a obra boa sem saber que poder de miserinhas cotidianas maiores que o Pão de Açúcar aquela artista bebeu diariamente com o café da manhã" Mário de Andrade.
Após o período de recesso, a Semana de Arte Moderna, mais uma vez, movimentou a vida artística insípida de São Paulo. Anita participou dela com 22 trabalhos.
"Recordo-me que no dia da inauguração, o velho conselheiro Antônio Prado, com grande espanto da comitiva, quis comprar meu quadro O homem amarelo, porém, Mário de Andrade acabava de adquiri-lo. A plantinha havia vingado"
" Foi a noitada das surpresas. O povo estava muito inquieto, mas não houve vaias. O teatro completamente cheio. Os ânimos estavam fermentando; o ambiente eletrizante, pois que não sabiam como nos enfrentar. Era o prenúncio da tempestade que arrebentaria na segunda noitada"
Anita estava feliz entre o círculo modernista, uma vez que ele vinha ao encontro de suas aspirações artísticas, entraria também para o comentado grupo dos cinco.

[editar] A Europa nos loucos anos 20

" Mário de Andrade lia uma conferência. Ao terminar a leitura, o Dr. Freitas Valle num grande gesto levantou-se de seu trono e encaminhou-se para mim, o que me assustou de tal maneira que perdi o controle…Ele realmente chegou-se para junto de mim e disse mesmo de verdade que eu poderia embarcar para a Europa em viagem de estudos…- qualquer coisa me aconteceu, não sei se voei pelo telhado ou se afundei no chão…então surgiu uma dama, eu não a conhecia, que me reconfortou e rindo-se muito da minha confusão, afirmava ser aquilo verdade… Era Dona Olívia…" Dessa forma, Anita embarcava mais uma vez, em viagem de estudos para a Europa, ou melhor dizendo, para Paris. Seriam cinco anos de estudos pela bolsa do Pensionato. Este seria o último e o mais longo período de Anita fora do Brasil. Em agosto de 1923, embarcando pelo vapor Mosella rumo à França, aquela jovem baixa, com o lenço displicentemente esquecido sobre a mão direita, tinha então 33 anos. Mário de Andrade que não conseguiu chegar a tempo da partida de Anita, enviara-lhe o seguinte telegrama:
" Querida amiga choro de raiva automóvel maldito escrevo hoje contando minha saudade e desespero perdoa mil beijos nas tuas mãos divinas boa viagem felicidades. Mário. São Paulo-21-8-1923.".A guerra que perdurara por anos, pôs um ponto final aos hábitos e costumes da belle époque. Foi fatal também para o academismo. Agora seus antigos espaços eram ocupados pela arte moderna, que com grande vitória e sucesso se espalhara por todos os cantos e continuava em expansão acelerada nos salões, galerias e coleções. Há muito tempo, Paris atraia os artistas brasileiros - que eram e continuavam acadêmicos - mas agora, nesse 1923, o modernismo brasileiro estava em Paris, atualizando-se.
E Anita estava lá, na tentativa incansável de encontrar-se. Apesar das muitas dúvidas que ainda tinha em relação a que caminho seguir na sua arte, Anita não deixou de trabalhar, de produzir. Logo no início do estágio francês, Anita parece ter se " aconselhado" com o pintor Maurice Denis, possivelmente atraída pelos aspectos da pintura religiosa. Nesse último estágio, uma das características mais fortes de Anita, era a busca por uma postura menos polêmica, em comparação com a época norte-americana. A impressão que se tem, é de que ela procurava por uma espécie de classicismo moderno. Na Escola de Paris, no pós-guerra, muitos pintores das mais diversas origens, passavam pela experiência da releitura da arte de séculos passados, como Picasso, por exemplo. Nessa fase, que pode-se dizer, "um aprender de novo", Anita testou várias possibilidades, e frequentemente produzia obras interessantes. Estudou muito, aprendeu muito, mas perdeu um pouco, um pouco da sua audácia, com aquela urgência constante de " se contar " à tela, agora se continha, obedecendo as ordens formais da pintura. Nesses cinco anos, a crítica francesa notaria o trabalho da pioneira, algumas telas como Interior de Mônaco", A dama de azul, Interior de igreja e A mulher do Pará , seriam as obras mais destacadas pela crítica internacional nesses anos de estudo e apresentação. A crítica francesa seria unânime também nos elogios feitos aos desenhos : "Seja: mas os desenhos? Sua personalidade única torna impossível toda tentativa de apadrinhamento, mesmo suntuoso.[...]Quanto aos desenhos de nus, de uma fatura tão pessoal, tão nítida, poucos artistas de escola moderna podem apresentá-los tão notáveis. A crítica foi unânime a este respeito".
As telas interiores-exteriores, ocupados por uma figura feminina, e as exteriores-interiores, também com figuras femininas, seriam a produção mais válida e permanente da Anita do estágio francês, com suas " mulheres" solitárias, reclinadas ao balcão. Assim, Anita Malfatti entremostrava sua solidão.

[editar] Brasil 1928


Anita Malfatti, c. 1930.
No final de setembro de 1928, Anita já se encontrava no Brasil.
"A ilustre artista mudou muito a arte dela[...]Também[...] vem encontrar os companheiros antigos bastante modificados e reforçados. Terá agora mais facilidade em ser compreendida e estimada no seu valor." Mário de Andrade.
O ambiente artístico, encontrado por Anita na volta, era bem diferente do que deixara em 1923; o grupo inicial evoluíra muito, surgiam novos adeptos e novos movimentos. O número de artistas plásticos também crescera. Na chegada, Mário de Andrade - que não nos esqueçamos era o maior e melhor amigo de Anita - noticiou imediatamente sua chegada, relembrando quem era ela:
"O nome de Anita Malfatti já está definitivamente ligado à história das artes brasileiras pelo papel que a pintora representou no início do movimento renovador contemporâneo. Dotada duma inteligência cultivada e duma sensibilidade vasta, ela foi a primeira entre nós a sentir a precisão de buscar os caminhos mais contemporâneos de expressão artística, de que vivíamos totalmente divorciados, banzando num tradicionalismo acadêmico que já não correspondia mais a nenhuma realidade brasileira nem internacional".
Em 1929 abria em São Paulo, sua quarta individual. Depois de fechar sua exposição, até 1932, Anita dedicou-se ao ensino escolar. Retomou suas aulas na Escola Normal Americana e foi trabalhar também na Escola Normal do Mackenzie College.
Podemos dividir as fases artísticas de Anita Malfatti em três: 1- a primeira seria quando define sua forma expressionista de pintar; 2- a segunda seria a das dúvidas de que caminho seguir na arte; 3- dos 20,30 e início dos anos 40, quando depois da morte de Mário de Andrade e de sua mãe, Dona Betty, seria transformada numa terceira Anita Malfatti, e recolhida na sua chácara em Diadema. Iria finalmente, em paz consigo mesma " pintar à vontade", " à seu modo". A individual de 1945, prova essa unidade na pintura de Anita. A artista estava decidida em seu caminho de paz, na sua reclusão.
"É verdade que eu já não pinto o que pintava há 30 anos.Hoje faço pura e simplesmente arte popular brasileira. É preciso não confundir:arte popular com folclore…[...]eu pinto aspectos da vida brasileira, aspectos da vida do povo. Procuro retratar os seus costumes,os seus usos,o seu ambiente. Procuro transportá-los vivos para as minhas telas. Interpretar a alma popular[...]eu não pinto nem folclore, nem faço primitivismo. Faço arte popular brasileira"
Anita morreu, mas deixou vivo suas ideais, que quando realmente importantes, conseguem forças para mudar o rumo da historia.

[editar] Representações da artista em outras mídias

  • Na minissérie Um Só Coração (2004), de Maria Adelaide Amaral - Rede Globo, Anita Malfatti, foi representada pela atriz Betty Gofman.
  • Anita Malfatti - documentário - Premio Estímulo de Curta-metragem da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo em 2001 - de Luzia Portinari Greggio.
  • Ilustrou o livro Cafundó da Infância, de Carlos Lébeis em 1936

[editar] Bibliografia

  • ALMEIDA, Paulo Mendes de. De Anita ao museu. São Paulo: Perspectiva/Diâmetro Empreendimentos, 1976.
  • AMARAL, Aracy (Org.). Artes plásticas na Semana de 22. São Paulo: Perspectiva, 1970.
  • ANDRADE, Mário de. Cartas a Anita Malfatti- Organização Marta Rossetti Batista. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1989.
  • BATISTA, Marta Rossetti - Anita no tempo e no espaço: biografia e estudo da obra. São Paulo: Ed.34/EDUSP, 2006.
  • CHIARELLI, Tadeu. Um jeca nos vernissages: Monteiro Lobato e o desejo de uma arte nacional no Brasil. São Paulo: EDUSP, 1995.
  • GREGGIO, Luzia Portinari. Anita Malfatti – Tomei a liberdade de pintar a meu modo. São Paulo: Magma Cultural Ed. , 2007, 150 ilustrações.
  • GREGGIO, Luzia Portinari (curadora) - Catalogo da Exposição: "Anita Malfatti - 120 anos de nascimento - CCBB de Brasilia, 2010. 160 pg. 120 ilustrações.
  • LOBATO, Monteiro. Paranoia ou mistificação?. In: Ideias de Jeca Tatu, São Paulo:Monteiro Lobato & Cia., 3ª edição,1922.
  • BÉNÉZIT, E. Dictionnaire, etc.. Paris: Gründ, 1999.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1989.
  • CAMARGO, Ani Perri. Anita Malfatti: a festa da cor. São Paulo: Editora Terceiro Nome, 2009.
  • MALFATTI, Doris. Minha tia Anita Malfatti. São Paulo: Editora Terceiro Nome, 2009.
  • PONTUAL, Roberto - "Entre 2 seculos - arte brasileira na Coleção Gilberto Chateaubriand", Rio de Janeiro, Ed. JB, 1987
  • CAMARGOS, Márcia. Semana de 22 entre vaias e aplausos. São Paulo: Boitempo Editorial, 2003 (1ª reimpressão).

[editar] Ver também

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É BOM SABER!!!: Tarsila do Amaral

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Tarsila do Amaral
Retrato de Tarsila, ca. 1925
Nascimento 1 de setembro de 1886
Capivari, SP
Morte 17 de janeiro de 1973 (86 anos)
São Paulo, SP
Nacionalidade Flag of Empire of Brazil (1847-1889).svg brasileira
Ocupação pintora
Magnum opus A Negra; Abaporu; Antropofagia; Operários
Movimento estético Modernismo brasileiro
Tarsila do Amaral (Capivari, 1 de setembro de 1886São Paulo, 17 de janeiro de 1973) foi uma pintora e desenhista brasileira e uma das figuras centrais da pintura brasileira e da primeira fase do movimento modernista brasileiro, ao lado de Anita Malfatti. Seu quadro Abaporu, de 1928, inaugura o movimento antropofágico nas artes plásticas.

Índice

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Biografia

Nascida em 1 de setembro de 1886, na Fazenda São Bernardo, em Capivari, interior de São Paulo, era filha de José Estanislau do Amaral Filho e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, e neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o milionário” em virtude da imensa fortuna acumulada em fazendas do interior paulista.
Seu pai herdou a fortuna e diversas fazendas, onde Tarsila e seus sete irmãos passaram a infância. Desde criança, fazia uso de produtos importados franceses e foi educada conforme o gosto do tempo. Sua primeira mestra, a belga Mlle. Marie van Varemberg d’Egmont, ensinou-lhe a ler, escrever, bordar e falar francês. Sua mãe passava horas ao piano e contando histórias dos romances que lia às crianças. Seu pai recitava versos em francês, retirados dos numerosos volumes de sua biblioteca.
Tarsila era tia do geólogo Sérgio Estanislau do Amaral.

Estudos em São Paulo e Barcelona

Tarsila do Amaral estudou em São Paulo, em colégio de freiras do bairro de Santana e no Colégio Sion. E completou os estudos em Barcelona, na Espanha, no Colégio Sacré-Coeur.

Primeiro casamento e maternidade

Ao chegar da Europa, em 1906, casou-se com o médico André Teixeira Pinto, seu noivo. Rapidamente o primeiro casamento da artista chegou ao fim. A diferença cultural do casal era grande. O marido se opunha ao desenvolvimento artístico de Tarsila, já que ele era conservador e para os homens da época, a mulher só deveria cuidar do lar. Revoltada com essa imposição absurda ela se separa e só conseguiu a anulação do casamento anos depois. Com ele teve sua única filha, a menina Dulce, nascida no mesmo ano do casamento. Tarsila também se separou logo após a filha nascer e volta a morar com os pais na fazenda, junto de Dulce.

Início da carreira


Da esquerda para a direita: Pagu, Elsie Lessa, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Eugênia Álvaro Moreyra em época posterior à Semana de Arte Moderna de 1922

Abaporu, uma de suas obras mais conhecidas e um ícone do Modernismo brasileiro. Óleo sobre tela, 1928
Começou a aprender pintura em 1917, com Pedro Alexandrino Borges. Mais tarde, estudou com o alemão George Fischer Elpons. Em 1920, viaja a Paris e frequenta a Academia Julian, onde desenhava nus e modelos vivos intensamente. Também estudou na Academia de Émile Renard.
Apesar de ter tido contato com as novas tendências e vanguardas, Tarsila somente aderiu às ideias modernistas ao voltar ao Brasil, em 1922. Numa confeitaria paulistana, foi apresentada por Anita Malfatti aos modernistas Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Esses novos amigos passaram a frequentar seu atelier, formando o Grupo dos Cinco.
Em janeiro de 1923, na Europa , Tarsila se uniu a Oswald de Andrade e o casal viajou por Portugal e Espanha. De volta a Paris, estudou com os artistas cubistas: frequentou a Academia de Lhote, conheceu Pablo Picasso e tornou-se amiga do pintor Fernand Léger, visitando a academia desse mestre do cubismo, de quem Tarsila conservou, principalmente, a técnica lisa de pintura e certa influência do modelado legeriano.

Fases Pau-Brasil e Antropofagia

Em 1924, em meio à uma viagem de "redescoberta do Brasil" com os modernistas brasileiros e com o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, Tarsila iniciou sua fase artística “Pau-Brasil”, dotada de cores e temas acentuadamente tropicais e brasileiros, onde surgem os "bichos nacionais"(mencionados em poema por Carlos Drummond de Andrade), a exuberância da fauna e da flora brasileira, as máquinas, trilhos, símbolos da modernidade urbana.
Casou-se com Oswald de Andrade em 1926 e, no mesmo ano, realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris. Em 1928, Tarsila pinta o Abaporu, cujo nome de origem indígena significa "homem que come carne humana", obra que originou o Movimento Antropofágico, idealizado pelo seu marido.
A Antropofagia propunha a digestão de influências estrangeiras, como no ritual canibal (em que se devora o inimigo com a crença de poder-se absorver suas qualidades), para que a arte nacional ganhasse uma feição mais brasileira.
Em julho de 1929, Tarsila expõe suas telas pela primeira vez no Brasil, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, em virtude da quebra da Bolsa de Nova York, conhecida como a Crise de 1929, Tarsila e sua família de fazendeiros sentem no bolso os efeitos da crise do café e Tarsila perde sua fazenda. Ainda nesse mesmo ano, Oswald de Andrade separa-se de Tarsila porque ele se apaixonou e decidiu se casar com a revolucionária Patrícia Galvão, conhecida como Pagu. Tarsila passa a sofrer demais com a separação e por perder sua fazenda, e se entrega ainda mais a seu trabalho no mundo artístico.
Em 1930, Tarsila conseguiu o cargo de conservadora da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Deu início à organização do catálogo da coleção do primeiro museu de arte paulista. Porém, com o advento da ditadura de Getúlio Vargas e com a queda de Júlio Prestes, perdeu o cargo.

Viagem à URSS e fase social

Em 1931, vendeu alguns quadros de sua coleção particular para poder viajar à União Soviética. Nessa época Tarsila viaja com seu novo marido, o psiquiatra paraibano Osório César, que a ajudaria a se adaptar às diferentes formas de pensamento políticos e sociais. O casal viajou a Moscou, Leningrado, Odessa, Constantinopla, Belgrado e Berlim. Logo estaria novamente em Paris, onde sensibilizou-se com os problemas da classe operária. Sem dinheiro, trabalhou como operária de construção, pintora de paredes e portas. Logo consegue o dinheiro necessário para voltar ao Brasil, pois com a crise de 1929 ela perdeu praticamente todos os seus bens e sua fortuna.
No Brasil, por participar de reuniões políticas de esquerda e pela sua chegada após viagem à URSS, Tarsila é considerada suspeita e é presa, acusada de subversão. Em 1933, ao pintar o quadro “Operários”, a artista passa por uma fase de temática mais social, da qual são exemplos as telas Operários e Segunda Classe. Em meados dos anos 30, o escritor Luís Martins, vinte anos mais jovem que Tarsila, passa a ser seu companheiro constante, primeiro de pinturas depois da vida sentimental. Ela se separa de Osório e se casa com Luís Martins, com quem viveu até os anos 50.
A partir da década de 40, Tarsila passa a pintar retomando estilos de fases anteriores. Expõe nas 1ª e 2ª Bienais de São Paulo e ganha uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) em 1960. É tema de sala especial na Bienal de São Paulo de 1963 e, no ano seguinte, apresenta-se na 32ª Bienal de Veneza.

Últimas décadas: 1960 e 1970

Em 1965, separada de Luís e vivendo sozinha, foi submetida a uma cirurgia de coluna, já que sentia muitas dores, e um erro médico a deixou paralítica, permanecendo em cadeira de rodas até seus últimos dias.
Em 1966, Tarsila perdeu sua única filha, Dulce, que faleceu de um ataque de diabetes, para seu desespero. Nesses tempos difíceis, Tarsila declara, em entrevista, sua aproximação ao espiritismo.
A partir daí, passa a vender seus quadros, doando parte do dinheiro obtido a uma instituição administrada por Chico Xavier, de quem se torna amiga. Ele a visitava, quando de passagem por São Paulo e ambos mantiveram correspondência.
Tarsila do Amaral, a artista-símbolo do modernismo brasileiro, faleceu no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, em 17 de janeiro de 1973 devido a depressão. Foi enterrada no Cemitério da Consolação de vestido branco, conforme seu desejo.

Representações na cultura

Tarsila do Amaral já foi retratada como personagem no cinema e na televisão, interpretada por Esther Góes no filme "Eternamente Pagu" (1987), Eliane Giardini nas minisséries "Um Só Coração" (2004) e "JK" (2006).
A artista também foi tema da peça teatral Tarsila, escrita entre novembro de 2001 e maio de 2002 por Maria Adelaide Amaral. A peça foi encenada em 2003 e publicada em forma de livro em 2004. A personagem-título foi interpretada pela atriz Esther Góes e a peça também tinha Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Anita Malfatti como personagens.
Tarsila do Amaral foi homenageada pela União Astronômica Internacional, que em 20 de novembro de 2008 atribuiu o nome "Amaral" a uma cratera do planeta Mercúrio.[1]
Em 2008, foi lançado o Catálogo Raisonné Tarsila do Amaral, uma catalogação completa das obras da artista em três volumes, em realização da Base7 Projetos Culturais, com patrocínio da Petrobras, numa parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura e Governo do Estado de São Paulo.

Obras

  • Pátio com Coração de Jesus (Ilha de Wright) - 1921
  • A Espanhola (Paquita) - 1922
  • Chapéu Azul - 1922
  • Margaridas de Mário de Andrade - 1922
  • Árvore - 1922
  • O Passaporte (Portrait de femme) - 1922
  • Retrato de Oswald de Andrade - 1922
  • Retrato de Mário de Andrade - 1922
  • Estudo (Nu) - 1923
  • Manteau Rouge - 1923
  • Rio de Janeiro - 1923
  • A Negra - 1923
  • Caipirinha - 1923
  • Estudo (La Tasse) - 1923
  • Figura em Azul (Fundo com laranjas) - 1923
  • Natureza-morta com relógios - 1923
  • O Modelo - 1923
  • Pont Neuf - 1923
  • Rio de Janeiro - 1923
  • Retrato azul (Sérgio Milliet) - 1923
  • Retrato de Oswald de Andrade - 1923
  • Autorretrato - 1924
  • São Paulo (Gazo) - 1924
  • A Cuca - 1924
  • São Paulo - 1924
  • São Paulo (Gazo) - 1924
  • A Feira I - 1924
  • Morro da Favela - 1924
  • Carnaval em Madureira - 1924
  • Anjos - 1924
  • EFCB (Estrada de Ferro Central do Brasil) - 1924
  • O Pescador - 1925
  • A Família - 1925
  • Vendedor de Frutas - 1925
  • Paisagem com Touro I - 1925
  • A Gare - 1925
  • O Mamoeiro - 1925
  • A Feira II - 1925
  • Lagoa Santa - 1925
  • Palmeiras - 1925
  • Romance - 1925
  • Sagrado Coração de Jesus I - 1926
  • Religião Brasileira I - 1927
  • Manacá - 1927
  • Pastoral - 1927
  • A Boneca - 1928
  • O Sono - 1928
  • O Lago - 1928
  • Calmaria I - 1928
  • Distância - 1928
  • O Sapo - 1928
  • O Touro - 1928
  • O Ovo (Urutu) - 1928
  • A Lua - 1928
  • Abaporu - 1928
  • Cartão Postal - 1928
  • Antropofagia - 1929
  • Calmaria II - 1929
  • Cidade (A Rua) - 1929
  • Floresta - 1929
  • Sol Poente - 1929
  • Idílio - 1929
  • Distância - 1929
  • Retrato do Padre Bento - 1931
  • Operários - 1933
  • Segunda Classe - 1933
  • Crianças (Orfanato) - 1935/1949
  • Costureiras - 1936/1950
  • Altar (Reza) - 1939
  • O Casamento - 1940
  • Procissão - 1941
  • Terra - 1943
  • Primavera - 1946
  • Estratosfera - 1947
  • Praia - 1947
  • Fazenda - 1950
  • Porto I - 1953
  • Procissão(Painel) - 1954
  • Batizado de Macunaíma - 1956
  • A Metrópole - 1958
  • Passagem de nível III - 1965
  • Porto II - 1966
  • Religião Brasileira IV - 1970

Referências

Bibliografia

  • AMARAL, Aracy A. Tarsila: sua obra e seu tempo / Aracy A. Amaral. - São Paulo: Ed. 34; Edusp, 2003.
  • AMARAL, Maria Adelaide. Tarsila / Maria Adelaide Amaral. - São Paulo : Globo, 2004.
  • GOTLIB, Nádia Battella. Tarsila do Amaral, a modernista / Nádia Battella Gotlib. 3a.ed. - São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2003.

Ver também

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