sexta-feira, 27 de abril de 2012
quarta-feira, 25 de abril de 2012
+ TEATRO
O teatro é uma arte em que um actor ou conjunto de actores representam uma história ou actividades que têm como objectivo despertar sentimentos na audiência. A Origem Do Teatro A palavra "teatro" significa um gênero de arte e também uma casa, ou edifício, em que são representadas vários tipos de espetáculos. Ela provém da forma grega "Theatron", derivada do verbo "ver" (theaomai) e do substantivo "vista"(thea), no sentido de panorama. Do grego, passou para o latim com a forma de "Theatrum" e , através do latim para outras línguas, inclusive a nossa. Mas o teatro não é uma invenção grega, espalhada pelo resto do mundo. É uma manifestação artística presente na cultura de muitos povos e se desenvolveu espontaneamente em diferentes latitudes, ainda que, na maioria dos casos, por imitação. Antes mesmo do florescimento do teatro grego na antiguidade, a civilização egípcia tinha nas representações dramáticas uma das expressões de sua cultura. Essas representações tiveram origem religiosa, sendo destinadas a exaltar as principais divindades da mitologia egípcia, principalmente Osíris e Ísis. Três mil de duzentos anos antes de cristo já existiam tais representações teatrais. E foi no Egito que elas passaram para a Grécia, onde o teatro teve um florescimento admirável, graças á genialidade dos dramaturgos gregos. Para o mundo ocidental, a Grécia é considerada o berço do teatro, ainda que a precedência seja o Egito. Mas no continente asiático o teatro também existia, com outras características, que ainda hoje o singularizam. Na china, por exemplo, o teatro foi estabelecido durante o dinastia Hsia, que se prolongou do ano 2205 ao ano 1766 antes da era cristã. Portanto, o teatro chinês é o segundo, cronologicamente, antes mesmo do teatro grego. Como no Egito, surgiu também com características rituais. Mas além das celebrações de caráter religioso, passaram também a ser evocados os êxitos militares e outros acontecimentos. Assim, as procissões e danças foram cedendo lugar á forma dramática. A Índia começou a desenvolver seu teatro cinco séculos antes da era cristã, depois do aparecimento de seus poemas egípcios Mahabharata e Ramayana, que são as grandes fontes de inspiração dos primeiros dramaturgos indianos. Países tão distantes como a Coréia e o Japão, mesmo sem contatos com o mundo ocidental, desenvolveram a seu modo formas próprias de teatro-a Coréia ainda antes da era cristã e o Japão durante a Idade Média(o primeiro dramaturgo japonês, o sacerdote Kwanamy Kiyotsugu, viveu entre os anos de 1333 e 1384 da era cristã). O Teatro Grego No mundo ocidental, a influencia do teatro grego foi avassaladora e se prolonga até nossos dias, através da sobrevivência de muitas de suas criações, trágicas ou cômicas. O florescimento do teatro grego recebeu grande impulso quando um ator chamado Thespis começou a percorrer as cidades com um carro que fazia as vezes de um palco, ao redor do qual os espectadores se reuniam. Thespis rompeu com as tradições das declamações em coro, apresentando-se em papéis destacados como protagonista, isto é, como principal (proto) e ator (agonista). Para animar o teatro, concursos de tragédia foram instituídos pelo ditador Pisístrato, general vitorioso que se apoderou do governo de Atenas, e Thespis foi o vencedor do primeiro desses concursos, no ano de 534 a.C., mas nem a tragédia vencedora nem outras que ele escreveu chegaram até nós. O carro de Thespis não tardou para ser substituído por teatros construídos ao ar livre, com capacidade para centenas de pessoas, acomodadas em assentos dispostos, em semicírculos que iam se elevando á medida que se distanciavam da plataforma, ou palco, onde os atores declamavam. As ruínas de alguns desses teatros testemunham, nos nossos dias, o interesse do mundo antigo pelas representações teatrais, a principal forma de diversão popular então existente.
Drama é um gênero de
personalização usado em filmes, cinema, novelas, teatro e qualquer
representação de personagem. O Drama é a manifestação mais viva no trágico e do
cômico, procura representar o conflito dos homens e seu mundo. A comédia é o
uso de humor nas artes cênicas. Ela também significa um espetáculo que recorre
intensivamente no humor. O termo originalmente veio do teatro, onde
simplesmente se refere a uma peça com um final feliz, em contraste com uma
tragédia. O humor, antes um recurso eventual usado para entreter, é agora o
aspecto essencial de uma comédia. Acção cénica que provoca o riso pela situação
das personagens ou pela utilização de trejeitos e dos caracteres, cujo desfecho
é feliz.
Kabuki é uma palavra que, em
japonês moderno, é a junção de três caracteres: Ka (canção), bu (dança) e ki
(habilidade).Sua origem remonta ao início do século XVII, quando se parodiava
temas religiosos com danças de ousada sensualidade. No ano de 1629 esse tipo de
teatro foi proibido pelo governo. O espetáculo passou a ser encenado então por
rapazes que se vestiam de mulher. ...Forma tradicional do teatro japonês,
exclusivamente masculino, caracterizado pela violência das intrigas ea
sumptuosidade do guarda-roupa e maquilhagens. A gestualidade ,que exprime
muitas vezes os sentimentos humanos pela dança, sobrepõem-se geralmente sobre o
texto inaudível de histórias bem conhecidas.
No começo, o teatro grego não era apenas uma narração dramática, era um
rito religioso em honra a Dionísio.
Os teatros eram auditórios ao ar livre. A hora do início do espetáculo
era o amanhecer. Muitas vezes os cidadãos assistiam a 3 tragédias, uma
tragicomédia e uma comédia. O teatro era considerado parte da educaçõa de um
grego. Em Atenas, o comércio era suspenso durante os festivais
dramáticos. Os tribunais fechavam e os presos eram soltos da cadeia. O preço da
entrada era dispensado para quem não pudesse pagar, e até as mulheres, que não
podiam participar de quase todos os acontecimentos públicos, eram bem recebidas
no teatro.
Duas formas do drama grego, a comédia e a tragédia, acabaram por dominar
o teatro Dionisíaco, embora as outras formas dramáticas não tivessem morrido.
Em Atenas, dois festivais eram dedicados todos os anos à comédia e à
tragédia. O festival Dionisíaco da cidade, em março-abril, concentrava-se na
tragédia. O festival Lêneo, que tinha esse nome devido ao mês grego
(janeiro-fevereiro), tradicionalmente reservado para a ce lebração de
casamento, era dedicado principalmente à comédia.
Os treatólogos apresentavam suas obras a um funcionário chamado arconte.
Se o arconte aprovasse a peça seria encenada. Era dado aos autores vitoriosos
um corego (um cidadão rico para custear as despesas da peça). O corego escolhia
então um tocador de flauta e um coro e prosseguia com a encenação. Se o corego
fosse generoso, surgia uma produção opulenta. Em cada festival um juri de
cidadãos julgava as peças, e os vencedores recebiam a coroa dionisíaca.
Teatro na Idade Média
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O teatro na Idade Média descreve as peças teatrais europeias que foram criadas entre a queda do Império Romano do Ocidente e o início do Renascimento. Não há uma documentação precisa deste tema dada a falta de textos remanescentes do período além da oposição do clero a algumas performances.
No início da Idade Médiaa Igreja Católica baniu as performances teatrais como forma de controlar os excessos do teatro romano. De qualquer modo o teatro romano se encontrava em declínio por causa das condições políticas e econômicas desfavoráveis a indústria de entretenimento que havia florescido durante o Império Romano.
Há poucos registros sobre o teatro secular neste período, sendo a maior parte dele trazido das culturas pagãs como relatado pelos clérigos que as desaprovavam. Sabe-se que havia contadores de histórias, bardos e malabaristas que viajavam em busca de audiência e apoio.
No início da Idade Médiaa Igreja Católica baniu as performances teatrais como forma de controlar os excessos do teatro romano. De qualquer modo o teatro romano se encontrava em declínio por causa das condições políticas e econômicas desfavoráveis a indústria de entretenimento que havia florescido durante o Império Romano.
Há poucos registros sobre o teatro secular neste período, sendo a maior parte dele trazido das culturas pagãs como relatado pelos clérigos que as desaprovavam. Sabe-se que havia contadores de histórias, bardos e malabaristas que viajavam em busca de audiência e apoio.
[editar] Textos
Estes são alguns dos textos sobreviventes deste período:![]() |
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Teatro na Grécia Antiga
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Seu florescimento ocorreu entre 550 a.C. e 220 a.C., sendo cultivado em especial em Atenas, que neste período também conheceu seu esplendor, mas espalhou-se por toda a área de influência grega, desde a Ásia Menor até a Magna Grécia e o norte da África. Sua tradição foi depois herdada pelos romanos, que a levaram até as suas mais distantes províncias, e é uma referência fundamental na cultura do ocidente até os dias de hoje.
Índice[esconder] |
[editar] Evolução e características
Com o passar do tempo, as procissões dionisíacas foram ficando mais elaboradas, e surgiram os "diretores de coro", os organizadores das procissões, já que elas podiam reunir nas cidades até vinte mil pessoas. O primeiro diretor de coro e dramaturgo foi Téspis, convidado pelo tirano Pisístrato para dirigir a procissão de Atenas e vencedor do primeiro concurso dramático registrado. Téspis parece ter sido um elo importante na evolução final do ditirambo cantado em direção ao texto recitado e dialogado, criando a figura do "respondedor ao coro" (hypócrites) e a do personagem individualizado, o ator, em contraste ao coro, anônimo e coletivo. Com estas inovações, é considerado o pai da tragédia, mas possivelmente não tenha sido de fato o primeiro a usar diálogos. Sólon parece ter escrito poemas com esta característica, e os rapsodos que recitavam Homero também faziam uso da prosa dialogada.[1] Também parece ter introduzido um segundo personagem, além do protagonista, representando dois papéis na mesma peça através do uso de uma máscara com uma face na frente e outra na nuca. As máscaras tinham uma outra função, eminentemente prática, por possibilitarem às pessoas acompanhar a ação cénica pelas expressões que mostravam, quando a voz do ator não conseguia alcançar toda a plateia.Outros autores que se destacaram nesta época são Choerilus, Pratinas e Phrynichus, cada qual introduzindo mudanças no estilo da representação. Destes, Phrynichus é o mais conhecido, vencedor de competições e autor de tragédias com temas explorados mais tarde na era dourada do teatro grego, como As Danaides, As Mulheres da Fenícia e Alceste, sendo o primeiro a introduzir personagens femininos. Foi ainda o primeiro a abordar um tema contemporâneo com a peça A Queda de Mileto, produzida em 493 a.C. e que arrancou lágrimas da plateia pelo choque que a conquista da cidade pelos persas provocara na sociedade ateniense. Mas ao contrário do que se poderia esperar, Heródoto conta que em vez de ser considerada um sucesso por sua eficiência dramática, a peça acarretou ao autor uma multa de mil dracmas por ter trazido à memória dos cidadãos uma calamidade tão infausta, que os havia abalado tão profundamente, e a peça foi proscrita para sempre.[2]
O coro era composto pelos narradores da história que, através de representação, canções e danças, relatavam as façanhas do personagem. Era o intermediário entre o ator e a plateia, e trazia os pensamentos e sentimentos à tona, além de pronunciar também a conclusão da peça. Também podia haver o corifeu, que era um representante do coro que se comunicava com a plateia.

Máscara teatral do tipo Primeiro Escravo, personagem típico da Comédia Nova. Mármore, século II a.C., Museu Arqueológico Nacional de Atenas.
[editar] O apogeu do teatro grego
Depois da queda de Atenas e sua destruição pelos persas em 481 a.C. a cidade foi reconstruída, e o teatro passou a desempenhar um papel ainda mais importante na cultura e no orgulho cívico locais. Com a evolução da forma e a introdução de enredos fictícios ou contemporâneos se estabilizaram dois gêneros principais, já plenamente cênicos: a tragédia e a comédia. Nas Grandes Dionísias três poetas concorriam, cada um com três tragédias e um drama satírico. Para além disso, apresentavam-se cinco comédias e 20 ditirambos.As novidades desta fase são a introdução de um segundo ator, o deuteragonista, por Ésquilo, e depois um terceiro, o tritagonista, por Sófocles. O coro se formalizou e fixou com cerca de 4 a 8 pessoas, vestidas de negro, e o acompanhamento musical desenvolveu os primeiros sinais de cromatismo e polifonia na história da música do ocidente. Crátinos, por sua vez, foi o primeiro a levar a comédia a um alto nível de dignidade literária.
[editar] Helenismo
Com a derrota de Atenas na Guerra do Peloponeso sua influência declinou, a produção teatral decaiu e peças antigas voltaram aos palcos. Embora a tradição parecesse ter perdido vitalidade, o teatro continuou a ser cultivado até o período helenístico, quando o gênero de preferência passou da tragédia para a comédia, ora transformada em uma farsa cômica sobre assuntos prosaicos, com destaque para o gênero do mime. O único autor importante do período é Menandro, e a Comédia Nova, como passou a ser chamada, teve grande influência na comédia romana de Plauto e Terêncio.[editar] Os gêneros
[editar] Tragédia
A tragédia é o gênero mais antigo, tendo surgido provavelmente em meados do século VI a.C. Os temas da tragédia eram oriundos da religião ou das sagas dos heróis, sendo raras as tragédias que se debruçavam sobre assuntos da época (um exemplo de passada que abordava temas contemporâneos foi Os Persas de Ésquilo). A maioria das tragédias retrata a queda de um herói, muitas vezes atribuída à sua arrogância (hybris).[editar] Comédia
Da Comédia Antiga apenas sobreviveram os trabalhos de Aristófanes, que se inspiram na vida de Atenas e que se caracterizam pela crítica aos governantes (Os Cavaleiros, Os Acarnenses), à educação dos sofistas (As Nuvens) e à guerra (Lisístrata). Um dos políticos mais criticados por Aristófanes foi Cléon, que teria levado Aristófanes aos tribunais por se sentir ofendido.
A Comédia Nova desenvolveu-se a partir da morte de Alexandre Magno em 323 a.C. até 260 a.C.. Teve em Menandro um de seus representantes. A política já não era um dos temas explorados, preferindo-se enredos que giravam em torno de identidades falsas, intrigas familiares e amorosas.
[editar] Autores
Embora sejam registrados muitos autores especialmente na época áurea do teatro grego, somente de quatro nos chegaram peças integrais, todos eles de Atenas: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes na tragédia, e Aristófanes na comédia. Suas criações, e mais referências de fontes secundárias como Aristóteles, são a base para o conhecimento do teatro da Grécia Antiga.Ésquilo (525 a 456 a.C.. aproximadamente)
- Principal texto: Prometeu acorrentado.
- Tema principal que tratava: contava fatos sobre os deuses e os mitos.
- Principal texto: Édipo Rei.
- Tema principal que tratava: as grandes figuras reais.
- Principal texto: As troianas
- Tema principal que tratava: dos renegados, dos vencidos (pai do drama ocidental)
[editar] Os teatros
Os teatros (de theatron, "local onde se vê") surgiram a partir do século VI a.C.. Julga-se que antes disso as primeiras representações teatrais seriam realizadas em locais públicos como a ágora de Atenas.Os teatros situavam-se ao ar livre, nos declives das encostas, locais que proporcionavam uma boa acústica. Inicialmente os bancos eram feitos de madeira, mas a partir do século IV a.C. passaram a ser construídos em pedra.
Para além a plateia distinguiam-se várias áreas no teatro. A orquestra era a área circular em terra batida ou com lajes de pedra situada no centro das bancadas, onde o coro realizava a sua interpretação. Julga-se que a orquestra teria de início uma forma quadrangular, como no Teatro de Tóricos. No centro da orquestra ficava a thymele, um altar em honra a Dionísio, que servia não só para oferecer sacrifícios, mas também como adereço. Em cada lado da orquestra existiam as entradas para o coro, os parodoi.
Detrás da orquestra estava a skenê, o cenário, estrutura cuja função inicial foi servir como local onde os actores trocavam de roupa, mas que passou também a representar a fachada de um palácio ou de um templo. Frente à skenê estava o proscenium, onde os actores representavam os papéis, se bem que estes também se deslocassem até à orquestra.
Dos teatros da Antiga Grécia alguns dos mais importantes são o Teatro de Epidauro, o Teatro de Dodona, o Odeon de Herodes Ático, o Teatro de Delfos, o Teatro de Segesta, o Teatro de Siracusa e o Teatro de Dionísio.
Notas e referências
- ↑ Brockett, Oscar G. History of the Theatre. Allyn and Bacon, 1999. USA. p.16-17
- ↑ Heródoto, Histórias, 6/21

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TEATRO NO BRASIL
Teatro do Brasil
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O teatro no Brasil tem suas origens remotas nas práticas de evangelização dos jesuítas no século XVI, mas só entra em pleno desenvolvimento nos séculos XIX e XX.
O primeiro grupo de Jesuítas a desembarcar na Bahia de Todos os Santos, em 1549, era composto por quatro religiosos da comitiva de Tomé de Sousa, entre os quais o padre Manuel da Nóbrega. O segundo grupo de missionários chegou à então Província do Brasil no dia 13 de julho de 1553, como parte da comitiva de Duarte da Costa. No grupo de quatro religiosos estava o jovem José de Anchieta (1534-1597), então com dezenove anos de idade.
A população estimada de 57 mil habitantes era composta por colonos, muitos deles criminosos, e índios em sua maioria de vida nômade. Os jesuítas mantinham os indígenas em pequenas aldeias, isolados de dois terríveis perigos: a vida desregrada e a escravidão impostas pelo homem branco explorador e o conseqüente retorno ao paganismo.
A tradição teatral jesuítica encontrou no gosto dos índios pela dança e pelo canto um solo fértil e os religiosos passaram a se valer dos hábitos e costumes dos silvícolas - máscaras, arte plumária, instrumentos musicais primitivos - para as suas produções com finalidades catequéticas.
Tematicamente, essas produções mesclavam a realidade local (tanto de índios quanto dos colonos) com narrativas hagiográficas (vidas dos santos). Como toda espécie de dominação cultural prescinde um conhecimento da cultura do dominado, o Padre Anchieta seguiu o preceito da Companhia de Jesus que determinava ao jesuíta o aprendizado da língua onde mantivessem missões. Assim, foi incumbido de organizar uma gramática da língua tupi, o que fez com sucesso.
Há notícia de 25 obras teatrais, todas de tradição medieval com forte influência do teatro de Gil Vicente em sua forma e conteúdo, produzidas nos últimos 50 anos do século XVI. O gênero predominante é o auto
e alguns deles não têm autoria comprovada; muitos outros, como se sabe,
são atribuídos ao padre Anchieta (por vezes contando com a colaboração
do padre Manuel da Nóbrega). De algumas dessas obras têm-se apenas o
título, são elas:
De todos, o espetáculo mais grandioso foi do "Auto das Onze Mil Virgens", em maio de 1583, em honra aos padres Cardim e Gouveia e que contou com a participação de todo o povo da Bahia. Este auto, que era uma tragicomédia inspirada na vida de Santa Úrsula e na lenda das onze mil virgens, foi representada cinco vezes entre os anos de 1582 e 1605.
O pesquisador Mario Cacciaglia em sua "Pequena História do Teatro Brasileiro" faz uma rica descrição do que teria sido a primeira apresentação (1583), que ele adjetiva como espetacular, como segue: "...depois da missa, com acompanhamento de um coro de índios, com flautas e, da capela da Catedral, com órgãos e cravos, teve início uma procissão de estudantes precedida pelos vereadores e pelos sobrinhos ou netos do governador; os estudantes carregavam três cabeças de virgens cobertas por um pálio e puxavam sobre rodas uma esplêndida nau sobre a qual eram levadas em triunfo as virgens mártires (estudantes travestidos), enquanto da própria nau eram feitos disparos de arcabuz. De vez em quando, durante o percurso, falavam das janelas personagens alegóricas, em esplêndidos costumes: a cidade, o próprio colégio e alguns anjos. À noite foi celebrado na nau o martírio das virgens, com o aparato cênico de uma nuvem que descia do céu e dos anjos que chegavam para sepultar as mártires."
Outras narrativas chegam até nós, algumas envolvendo embarcações, salvas de arcabuzes, uivos e gritos de índios, flautas e percussões; todas elas assistidas pelos colonos, pelos índios e, claro, pelas autoridades locais, todos chegando às lágrimas ante os dramas encenados por vezes nos adros das igrejas, noutras em anfiteatros montados no entorno dos templos.
Considerado por Sábato Magaldi "o texto mais complexo e digno de interesse" de toda a obra do missionário, o Auto de São Lourenço ou Na Festa de S. Lourenço é uma peça trilíngüe que teve sua primeira representação na cidade de Niterói em 1583. O texto é rico em personagens e situações dramáticas, envolvendo canto, luta e dança para narrar o martírio do santo. Há muitos aspectos que denotam a inteligência do missionário ao urdir a trama, mas é digno de nota o artifício de substituit o tradicional mecanismo do sincretismo religioso por um outro que poderíamos classificar de sincretismo demonológico. Assim, Anchieta aproxima os demônios da igreja católica dos demônios familiares aos índios (Guaixará, Aimberê e Saravaia) - nomes tomados dos índios Tamoios que se uniram aos invasores franceses, forma também de criticar a situação política do momento. Os demônios advogam pelos terríveis hábitos dos índios: o cauim, o fumo, o curandeirismo e a poligamia. O texto, trilíngüe, visa dialogar com índios, portugueses e espanhóis.
Outro texto do Padre Anchieta, Na Festa de Natal, é uma releitura do Auto de S. Lourenço, com menos personagens e cenas. Neste caso, os demônios dificultam os Reis Magos a encontrarem a manjedoura onde se encontra o Salvador. Este auto é em sua maioria escrito em Tupi, por razões óbvias de catequese.
Já o drama Na Vila de Vitória foi representado, como de hábito, no adro da Igreja de São Tiago por ocasião da chegada de um grupo de missionários europeus com destino ao Paraguai. Por esse motivo, a peça parece estar dirigida a um público feito exclusivamente de colonos, uma vez que faz muitas referências a acontecimentos então recentes das sociedades portuguesa e espanhola, além de mencionar os conflitos envolvendo colonos e índios. A apresentação tinha, em seus três atos, ações bastante complicadas decorrentes do fato de ser crivada de personagens alegóricas: o Mundo e a Carne (dois demônios, respectivamente), a Cidade de Vitória (uma nobre dama), o Governo (um senhor muito digno), a Ingratidão (uma bruxa), o Amor a Deus, o Temor a Deus, São Vitor e o Embaixador do Prata (cujo objetivo era levar as relíquias de São Maurício, cujo martírio é narrado na encenação).
Em Recebimento que fizeram os índios de Guaraparim ao Padre Provincial Marçal Beliarte, Anchieta cria divertidos diálogos entre demônios que prometem levar muitos pecadores locais para os infernos, além de cânticos de arrependimento dos indígenas que um dia foram antropófagos.
Na visitação de Santa Isabel, considerada última obra do jesuíta, é um diálogo em espanhol que narra o encontro da Virgem Maria com sua prima, Isabel (mãe de São João Batista). Finalizada por uma procissão solene, a encenação era para celebrar a construção de uma Santa Casa de Misericórdia, com data e local de representação obscuros.
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[editar] Origens
O teatro em terras brasileiras nasceu em meados do século XVI como instrumento de catequese dos Jesuítas vindos de Coimbra como missionários. Era um teatro, portanto, com função religiosa e objetivos claros: evangelizar os índios e apaziguar os conflitos existentes entre eles e os colonos portugueses e espanhóis.O primeiro grupo de Jesuítas a desembarcar na Bahia de Todos os Santos, em 1549, era composto por quatro religiosos da comitiva de Tomé de Sousa, entre os quais o padre Manuel da Nóbrega. O segundo grupo de missionários chegou à então Província do Brasil no dia 13 de julho de 1553, como parte da comitiva de Duarte da Costa. No grupo de quatro religiosos estava o jovem José de Anchieta (1534-1597), então com dezenove anos de idade.
A população estimada de 57 mil habitantes era composta por colonos, muitos deles criminosos, e índios em sua maioria de vida nômade. Os jesuítas mantinham os indígenas em pequenas aldeias, isolados de dois terríveis perigos: a vida desregrada e a escravidão impostas pelo homem branco explorador e o conseqüente retorno ao paganismo.
A tradição teatral jesuítica encontrou no gosto dos índios pela dança e pelo canto um solo fértil e os religiosos passaram a se valer dos hábitos e costumes dos silvícolas - máscaras, arte plumária, instrumentos musicais primitivos - para as suas produções com finalidades catequéticas.
Tematicamente, essas produções mesclavam a realidade local (tanto de índios quanto dos colonos) com narrativas hagiográficas (vidas dos santos). Como toda espécie de dominação cultural prescinde um conhecimento da cultura do dominado, o Padre Anchieta seguiu o preceito da Companhia de Jesus que determinava ao jesuíta o aprendizado da língua onde mantivessem missões. Assim, foi incumbido de organizar uma gramática da língua tupi, o que fez com sucesso.
[editar] Dramaturgia de catequese
- 1557 Diálogo, Conversão do Gentio - padre Manuel da Nóbrega.
- 1564 Auto de Santiago - representado em Santiago da Bahia.
- 1567-70 Auto da Pregação Universal - padre José de Anchieta - representada em São Vicente e São Paulo de Piratininga.
- 1573 Diálogo - representado em Pernambuco e na Bahia.
- 1574 Diálogo - representado na Bahia.
- 1574 Écloga Pastoril - representado em Pernambuco.
- 1575 História do Rico Avarento e Lázaro Pobre - representado em Olinda, padre
- 1576 Écloga Pastoril - representado em Pernambuco.
- 1578 Tragicomédia - representada na Bahia.
- 1578 Auto do Crisma - padre José de Anchieta - representada no Rio de Janeiro
- 1583 Auto de São Sebastião - representado no Rio de Janeiro.
- 1583 Auto Pastoril - representado no Espírito Santo.
- 1583 Auto das Onze Mil Virgens - representado na Bahia
- 1584 Diálogo da Ave Maria - representado no Espírito Santo
- 1584 Diálogo Pastoril - representado no Espírito Santo
- 1584 Auto de São Sebastião - representado no Rio de Janeiro
- 1584 Auto de Santa Úrsula - padre José de Anchieta - representado no Rio de Janeiro
- 1584 Diálogo - representado em Pernambuco
- 1584 Na Festa do Natal - padre José de Anchieta
- 1586 Auto da Vila da Vitória ou de São Maurício - padre José de Anchieta - representado em Vitória (ES)
- 1586 Na Festa de São Lourenço ou Auto de São Lourenço - padre José de Anchieta
- 1587 Recebimento que Fizeram os Índios de Guaraparim - padre José de Anchieta - representado em Guarapari (ES)
- 1589 Assuerus - representado na Bahia.
- 1596 Espetáculos - representado em Pernambuco
- 1598 Na visitação de Santa Isabel - padre José de Anchieta
- 1599 "Auto das Prostitutas- O Retorno"- Padre Anchieta
De todos, o espetáculo mais grandioso foi do "Auto das Onze Mil Virgens", em maio de 1583, em honra aos padres Cardim e Gouveia e que contou com a participação de todo o povo da Bahia. Este auto, que era uma tragicomédia inspirada na vida de Santa Úrsula e na lenda das onze mil virgens, foi representada cinco vezes entre os anos de 1582 e 1605.
O pesquisador Mario Cacciaglia em sua "Pequena História do Teatro Brasileiro" faz uma rica descrição do que teria sido a primeira apresentação (1583), que ele adjetiva como espetacular, como segue: "...depois da missa, com acompanhamento de um coro de índios, com flautas e, da capela da Catedral, com órgãos e cravos, teve início uma procissão de estudantes precedida pelos vereadores e pelos sobrinhos ou netos do governador; os estudantes carregavam três cabeças de virgens cobertas por um pálio e puxavam sobre rodas uma esplêndida nau sobre a qual eram levadas em triunfo as virgens mártires (estudantes travestidos), enquanto da própria nau eram feitos disparos de arcabuz. De vez em quando, durante o percurso, falavam das janelas personagens alegóricas, em esplêndidos costumes: a cidade, o próprio colégio e alguns anjos. À noite foi celebrado na nau o martírio das virgens, com o aparato cênico de uma nuvem que descia do céu e dos anjos que chegavam para sepultar as mártires."
Outras narrativas chegam até nós, algumas envolvendo embarcações, salvas de arcabuzes, uivos e gritos de índios, flautas e percussões; todas elas assistidas pelos colonos, pelos índios e, claro, pelas autoridades locais, todos chegando às lágrimas ante os dramas encenados por vezes nos adros das igrejas, noutras em anfiteatros montados no entorno dos templos.
[editar] Teatro Anchietano
Como se sabe, os únicos textos de toda essa produção chegados aos nossos dias são de autoria do Pe. José de Anchieta, graças ao seu processo de beatificação iniciado em 1736.Considerado por Sábato Magaldi "o texto mais complexo e digno de interesse" de toda a obra do missionário, o Auto de São Lourenço ou Na Festa de S. Lourenço é uma peça trilíngüe que teve sua primeira representação na cidade de Niterói em 1583. O texto é rico em personagens e situações dramáticas, envolvendo canto, luta e dança para narrar o martírio do santo. Há muitos aspectos que denotam a inteligência do missionário ao urdir a trama, mas é digno de nota o artifício de substituit o tradicional mecanismo do sincretismo religioso por um outro que poderíamos classificar de sincretismo demonológico. Assim, Anchieta aproxima os demônios da igreja católica dos demônios familiares aos índios (Guaixará, Aimberê e Saravaia) - nomes tomados dos índios Tamoios que se uniram aos invasores franceses, forma também de criticar a situação política do momento. Os demônios advogam pelos terríveis hábitos dos índios: o cauim, o fumo, o curandeirismo e a poligamia. O texto, trilíngüe, visa dialogar com índios, portugueses e espanhóis.
Outro texto do Padre Anchieta, Na Festa de Natal, é uma releitura do Auto de S. Lourenço, com menos personagens e cenas. Neste caso, os demônios dificultam os Reis Magos a encontrarem a manjedoura onde se encontra o Salvador. Este auto é em sua maioria escrito em Tupi, por razões óbvias de catequese.
Já o drama Na Vila de Vitória foi representado, como de hábito, no adro da Igreja de São Tiago por ocasião da chegada de um grupo de missionários europeus com destino ao Paraguai. Por esse motivo, a peça parece estar dirigida a um público feito exclusivamente de colonos, uma vez que faz muitas referências a acontecimentos então recentes das sociedades portuguesa e espanhola, além de mencionar os conflitos envolvendo colonos e índios. A apresentação tinha, em seus três atos, ações bastante complicadas decorrentes do fato de ser crivada de personagens alegóricas: o Mundo e a Carne (dois demônios, respectivamente), a Cidade de Vitória (uma nobre dama), o Governo (um senhor muito digno), a Ingratidão (uma bruxa), o Amor a Deus, o Temor a Deus, São Vitor e o Embaixador do Prata (cujo objetivo era levar as relíquias de São Maurício, cujo martírio é narrado na encenação).
Em Recebimento que fizeram os índios de Guaraparim ao Padre Provincial Marçal Beliarte, Anchieta cria divertidos diálogos entre demônios que prometem levar muitos pecadores locais para os infernos, além de cânticos de arrependimento dos indígenas que um dia foram antropófagos.
Na visitação de Santa Isabel, considerada última obra do jesuíta, é um diálogo em espanhol que narra o encontro da Virgem Maria com sua prima, Isabel (mãe de São João Batista). Finalizada por uma procissão solene, a encenação era para celebrar a construção de uma Santa Casa de Misericórdia, com data e local de representação obscuros.
[editar] Ver também
- Anexo:Lista de atores e atrizes do Brasil
- Anexo:Lista de cenógrafos do Brasil
- Anexo:Lista de companhias de teatro e de teatros do Brasil
- Anexo:Lista de dramaturgos do Brasil
- Anexo:Lista de diretores de teatro do Brasil
- Anexo:Lista de figurinistas do Brasil
- Anexo:Lista de iluminadores do Brasil
[editar] Ligações externas
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