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[editar] Em Portugal
Em termos gerais, consta de várias cenas de cariz cómico, satírico e de crítica política e social, com números musicais. É caracterizada também por um certo tom Kitsch - com bailarinos vestidos de forma mais ou menos exuberante (plumas e lantejoulas), além da forma própria de declamação do texto, algo estridente. Algumas revistas marcaram épocas - no Estado Novo português, por exemplo, o espectáculo de revista conseguia passar mensagens mais ou menos revolucionárias e de crítica ao regime vigente. Estão nessa situação algumas revistas protagonizadas, por exemplo, por Raul Solnado, no Parque Mayer - a "catedral da revista à portuguesa".A primeira Revista à Portuguesa subiu ao palco do extinto Teatro Gymnasio, nos finais do séc. XIX.
Actualmente o Teatro de Revista subsiste apenas no Parque Mayer, mais concretamente no Teatro Maria Vitória graças ao empresário Helder Freire Costa - com 47 anos de carreira - que tudo tem feito para que este espaço e tipo de teatro não desapareçam de vez. Este empresário tem lutado afincadamente toda a sua vida para a preservação deste espaço e tem conseguido a sua manutenção graças a essa luta.
[editar] No Brasil
O Teatro de Revista no Brasil, também chamado simplesmente "Revista",[1][2] e com produção das companhias como as de Walter Pinto e Carlos Machado, foi responsável pela revelação de inúmeros talentos no cenário cultural, desde a cantora luso-brasileira Carmem Miranda, sua irmã Aurora, às chamadas vedetes de imenso sucesso como Wilza Carla, Dercy Gonçalves, Elvira Pagã e outras - na variante conhecida como Teatro rebolado - e compositores do jaez de Dorival Caymmi, Assis Valente, Noel Rosa, etc.[editar] Histórico
Seu início remonta a 1859 quando, no Rio de Janeiro, foi apresentada a peça "As Surpresas do Sr. José da Piedade", de Justiniano de Figueiredo Novaes, baseado nas operetas que então se apresentavam em França. O modelo carregava nas paródias e críticas de costume. E, como não poderia deixar de ser, sofriam críticas dos moralistas.[3][4]A Revista brasileira pode ser dividida em 3 fases distintas:[5]
- A Revista do século XIX, que prende-se mais no texto que na encenação; tem seu ápice na obra de Artur Azevedo. A cada ano eram apresentadas revistas comentando os fatos do ano anterior, numa retrospectiva crítica e bem-humorada. No coro, acompanha uma orquestra de cordas.
- Década de 20 e 30 - com incorporação da nudez feminina (introduzida pela companhia francesa Ba-ta-clan). A orquestra cede lugar a uma banda de jazz. Seu maior nome é o empresário teatral Manoel Pinto. As peças têm destaque igual para as paródias e para a encenação.
- Féerie - Realce para os elementos fantásticos da peça; Walter Pinto substitui, em 1938, a seu pai. Surgem as companhias. As apresentações tornam-se verdadeiros espetáculos, onde o luxo está presente em grandes coreografias, cenários e figurinos. Tornando-se cada vez mais apelativa, começa a decair, até praticamente desaparecer, no final dos anos 50 e começo da década seguinte.
[editar] Bibliografia
- VENEZIANO, Neyde. O teatro de revista. In: O Teatro Através da História. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1994. vol. 2.
Notas e referências
- ↑ Teatro de Revista SESC São Paulo.
- ↑ Teatro de revista UOL Educação.
- ↑ A profissão de atriz, no Brasil de então, era quase sinônimo de prostituta; foi neste sentido que o trocadilho atribuído a Emílio de Meneses dizia, reclamando de três mulheres que tagarelavam muito algo, no cinema: "atriz atroz, atrás há três"; também a "Revista Ilustrada", do caricaturista Angelo Agostini, procedeu a uma defesa do Teatro de Revista, mostrando que aqueles seus mesmos críticos não hesitavam em, durante o Carnaval, juntar-se àquelas cujas exibições diziam nocivas à boa moral [1]
- ↑ Teatro de Revista Enciclopédia Itaú Cultural Teatro.
- ↑ Enciclopédia Itaú Cultural, com base no trabalho de Neyde Veneziano (vide a subseção Bibliografia)
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